sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Cristianismo Pagão


Na verdade esse não é uma revisão para este livro, mas como vi uma boa movimentação na blogosfera emergente ao redor desse livro, resolvi falar o que tenho visto. Pelo que se tem falado, parece ser um livro muito interessante para entrar no seu “radar”

Frank Viola é um grande defensor de igrejas nas casas, em uma época que encontramos tantas coisas inegociáveis que reforçam o medo por mudanas mais profundas na igreja, o livro mostra a herança pagã para tantas práticas consagradas nas igrejas tradicionais de hoje. Esse levantamento parece bastante irônico, pois há muitas críticas à igreja emergente por causas de algumas práticas etiquetadas como pagãs pelos teólogos tradicionais. Além disso, o livro nos dá a oportunidade de vislumbrar uma igreja que tenha sua vida expressa mais por sua comunidade do que pelo orçamento que apresenta.

Talvez este livro nos ajude não a rejeitar tudo o que há e anunciar a verdadeira igreja, mas a partir para uma igreja que reflita a vida da comunidade sem ter medo do que se faça, mas se importando com o que é relevanta a ela ou não.

Alan Hirsch começou anunciando o livro

Kingdom Grace fez uma revisão bastante profunda do livro: 2 Weeks of Pagan Christianity

Emergent Village fez um bom apanhado da repercussão que o livro teve na blogosfera.

(12/02) - Veja a entrevista que a Shapevine fez com Frank Viola a respeito do livro.

(21/02) - Dan Kimball dá algumas considerações sobre o livro: “House Churches and Pagan Christianity”

Infelizmente não temos revisões em português, mas se você já leu, nos escreva o que achou!

Luis F. Batista / Renovatio Café


>> Downloaddo Livro <<


quinta-feira, 24 de setembro de 2009

A excelência das coisas ordinárias

Por Ariovaldo Jr 15 de setembro de 2009

Desgraçadamente abençoados por Deus. Assim é boa parte das pessoas que insistem em perder seu tempo na vivência hipócrita de um evangelho que não tem nada de bom e nem de novo. As bênçãos, tão valorizadas, não têm nada a ver com a transformação do indivíduo. Servem apenas para amenizar os sofrimentos do caminho da perdição.

Por que bares e boates possuem portas estreitas, onde as pessoas ordenamente se afileiram e aguardam ansiosamente sua vez de entrar… e enquanto isso, criamos portais imensos nas entradas das igrejas, sendo quase necessário insistir para que bêbados e transeuntes desavisados entrem para que o “culto” não pareça vazio.

Em nossa busca pelo extraordinário, desprezamos o valor das coisas ordinárias da vida. E particularmente me sinto um apreciador das coisas ordinárias em que posso sentir o poder da vida e da salvação mediante a graça de Cristo. Por exemplo, um bar nada possui de realmente atraente e que possa mudar a vida de alguém. Mas ainda sim as pessoas enxergam momentos de redenção neste local “sagrado”. Em cada gole, uma reflexão. Até que as pessoas estejam anestesiadas de suas capacidades de refletir. Mas o primeiro gole não pode ser condenado pelo exagero do segundo.

Já nas igrejas, nada há de interessante. Em nossa busca incessante pelo que foge ao ordinário, criamos estruturas especializadas em criar momentos desinteressantes. Perdemos o privilégio da simplicidade. Nos esquecemos do que significa estar juntos sem um motivo. Obviamente o poder de Deus continua a operar milagres, mesmo em meio a todo este tédio. Talvez seja a maneira dEle dizer “vou mostrar quem ainda manda”.

Consegue imaginar uma igreja onde a porta seja estreita e haja um segurança enorme organizando a fila? Então, faltando 5 minutos para começar o culto, ele fecha a porta e informa que o local atingiu a lotação máxima. E que na próxima semana, os interessados em participar devem chegar com mais antecedência.

Será que estou sonhando? Ou será que coisas simples e ordinárias podem realmente revelar o quanto somos (ou deveríamos ser) relevantes?

ERA UMA CASA MUITO ENGRAÇADA

Essa noite, eu tive um sonho de sonhador, sonhei com uma igreja esquisita. Ela não tinha muros, piso, púlpito, bancos ou aparelhagem de som. A igreja era só as pessoas. E as pessoas não tinham títulos ou cargos, ninguém era chamado de líder, pois a igreja tinha só um líder, o Messias. Ninguém era chamado de mestre, pois todos eram membros da mesma família e tinham só um Mestre. Tampouco alguém era chamado de pastor, apóstolo, bispo, diácono ou Irmão. Todos eram conhecidos pelos nomes, Maria, Pedro, Afonso, Julia, Ricardo…

Todos os que criam pensavam e sentiam do mesmo modo. Não que não houvesse ênfases diferentes, pois Tiago dizia: “Vocês são salvos por meio da fé. Isso não vem das obras, para que ninguém se glorie”, enquanto Paulo dizia: “A pessoa é aceita por Deus por meio das suas obras e não somente pela fé”. Mas, mesmo assim, havia amor, entendimento e compreensão entre as pessoas e suas muitas ênfases.

Não havia teólogos nem cursos bíblicos, nem era necessário que ninguém ensinasse, pois o Espírito ensinava a todos e cada um compartilhava o que aprendia com o restante. E foi dessa forma que o Agenor, advogado, aprendeu mais sobre amor e perdão com Dinorá, faxineira.

Não havia gente rica em meio a igreja, pois ninguém possuía nada. Todos repartiam uns com os outros as coisas que estavam em seu poder de acordo com os recursos e necessidades de cada um. Assim, César que era empresário, não gastava consigo e com sua família mais do que Coutinho, ajudante de pedreiro. Assim todos viviam, trabalhavam e cresciam, estando constantemente ligados pelo vínculo do amor, que era o maior valor que tinham entre eles.

Quando eu perguntei sobre o horário de culto, Marcelo não soube me responder e disse que o culto não começava nem acabava. Deus era constantemente cultuado nas vidas de cada membro da igreja. Mas ele me disse que a igreja normalmente se reunia esporadicamente, pelo menos uma vez por semana em que a maioria podia estar presente. Normalmente era um churrasco feito no sítio do Horácio e da Paula, mas no sábado em que eu participei, foi uma macarronada com frango na casa da Filomena. As pessoas iam chegando e todos comiam e bebiam o suficiente.

Depois de todos satisfeitos, Paulo, bem desafinado, começou a cantar uma canção. Era um samba que falava de sua alegria de estar vivo e de sua gratidão a Deus. Maurício acompanhou no cavaquinho e todos cantaram juntos. Afonso quis orar agradecendo a Deus e orou. Patrícia e Bela compartilharam suas interpretações sobre um trecho do evangelho que estavam lendo juntas. Depois foi a vez de Sueli puxar uma canção. Era um bolero triste, falando das saudades que sentia do marido que havia falecido há pouco tempo. Todos cantaram e choraram com ela. Dessa vez foi Tiago que orou. Outras canções, orações, hinos e palavras foram ditas e todas para edificação da igreja.

Quando o sol estava se pondo, Filomena trouxe um enorme pão italiano e um tonelzinho com um vinho que a família dela produzia. O ápice da reunião havia chegado, pela primeira vez o silêncio tomou conta do lugar. Todos partiram o pão, encheram os copos de vinho e os olhos de lágrimas. Alguns abraçados, outros encurvados, todos beberam e comeram em memória de Cristo.

Acordei com um padre da Inquisição batendo à minha porta. Junto dele estavam pastores, bispos, policiais, presidentes, ditadores, homens ricos e um mandado de busca. Disseram que houvera uma denúncia e que havia indícios de que eu era parte de um complô anarquista para acabar com a religião. Acusaram-me de freqüentar uma igreja sem líderes, doutrina ou hierarquia; me ameaçaram e falaram: “Ninguém vai nos derrubar!”. Expliquei: “Vocês estão enganados, não fui a lugar nenhum, não encontrei ninguém ou participei de nada… aquela é apenas a igreja dos meus sonhos”.

Por Tonho
Fundador do Underground - Missão Portas Abertas

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Confissões de um Pastor da Reformissão

Por: Jota Mossad  

Mark Driscoll é um sarcástico que teve a coragem quando poucos queriam mudar uma estrutura e sair do mesmo, ele em Seattle fundou a MarsHill em 1996. Vou escrever aqui 3 historias que colocaria qualquer pessoa com pouca vontade mas com um coração bom em apuros para fundar uma igreja.

“A Sala no andar de cima da igreja fundamentalista era tão quente que todo mundo suava como se fosse Mike Tyson numa competição de soletração. Durante um dos cultos, uma mulher grávida simplesmente desmaiou e caiu de sua cadeira. Isto não teria tão traumatico se eu estivesse tentando implantar uma daquelas igrejas do cai-e-rola-santo, onde eu daria um peteleco na testa das pessoas em nome de Jesus, para que elas caíssem no chão, debatendo-se como uma truta que acabava de ser fisgada e chamasse isso de obra do Espírito Santo…

… Todo domingo colocava uma caixa no chão do salão, lá atrás, e dizia às pessoas que, se Deus as direcionasse a dor, poderiam fazê-lo. Aparentemente, o Espírito só levava as pessoas a doarem uma vez a cada eleição presidencial, e cheguei ao fundo do poço num domingo, quando nossa oferta foi de 137 dólares. [Jesus nossa oferta foi de 137 dólares e acho que vou usar o dinheiro para comprar umas balas-de-revólver]…

… Finalmente, conseguimos um bom líder de louvor. Brad era um cara de Deus com uma ótima esposa, vocalista de uma banda local, que havia sido importante no auge dos clubes dos deuses grunge-de-camisas-de-flanela, como Nirvana e Pearl Jam. Depois de um domingo o momento de louvor, liderado por um cara bem intencionado cuja a voz soava como se estivesse sendo eletrocutado, foi decididamente horrível, Brad não aguentou mais e decidiu pedir-me para dirigir o louvor. Logo em seguida, ele apareceu na igreja com um bando de caras cheirando cigarro, de sua antiga banda, que incluía um rapaz de cabelo comprido e outro com tatuagens. Tudo parecia muito promissor. Acomodar o grupo ao novo salão na igreja fundamentalista foi dificil. A Acústica era deplorável… O eco era tão forte, que algumas pessoas pensavam que as guitarras estavam usando reverb, quando não estavam. Então deixamos que eles levassem um pouco de hard rock para nosso Salvador. Cara, a banda era tão boa que nosso pequeno culto começou a ficar legal e muitos músicos começaram a aparecer para ouvir a banda.

Jesus, será que você podia arrebatar a irmã “carismaníaca” que traz um pandeiro para a igreja?”

Fora o lance histórico da igreja do Mark existe alguns textos que mostra como ele escolher ser por exemplo uma Eclesiologia emergente e Missional, que é muito interessante.

“A essência da reformissão está em fazer uma clara distinção entre o Evangelho, a cultura e a igreja” Mark Driscoll

Informações práticas sobre as pessoas na visão do Mark Driscoll

Pagina 82 do livro Confissões de um Pastor da Reformissão

Cavalos são lideres vibrantes, que carregam muito peso e correm muito. Os cavalos precisam ter carácter, doutrina sã e concordar com a visão da igreja.

Potros são líderes emergentes, que precisam de treinamento, de serem testados e de oportunidades para liderar. Se for bem adestrado, um potro pode se tornar um cavalo.

Peixes são os não-crentes, que estão espiritualmente mortos e raramente buscam a Deus ativamente. O peixe precisa de um amigo cristão para amorosamente encaminhá-los a Jesus e a sua igreja

Águias são os líderes capacitados, que estão sendo desenvolvidos dentro da igreja com o expresso propósito do reino, de deixar o ninho proverbial e liderar um ministério missionário ou de implantação de igrejas em outro lugar.

Vacas são egoístas, que vão de uma igreja para outra, ruminando os recursos sem dar nada em troca para a igreja até que a destroem. É preciso construir uma cerca ao redor da igreja, para manter as vacas afastadas.

Ratos são pessoas que parecem ter um potencial para um ministério frutífico, mas não têm responsabilidade, humildade nem maturidade. Os ratos precisam ser corrigidos, e se não se arrependem, devem ser estrategicamente ignorados até que se comprometam a deixar de ser um desperdício de tempo e esforço.

Patos são pessoas mal-humoradas, que ficam grasnando continuamente sobre qualquer coisa que as aborreça. Os patos precisam parar de grasnar, ou o(s) pastor(es) deve(m) começar a caçá-los antes de eles abafem todos e tudo na igreja.

Ousado? Ele ganhou outro ponto comigo depois que eu li que o terceiro líder de louvor da Igreja dele foi simplesmente o Dave Bazan só que ele só tocava quando não estava viajando com sua banda a Pedro the Lion, imagina a cena? Você vai numa igreja e ve o vocal de uma das bandas mais relevantes do mundo tocando dentro daquela igreja.

sábado, 5 de setembro de 2009

O escândalo nosso de cada dia


Em seus passos, o que (não) faria Jesus

Se no passado não fumar, não beber e não jogar era um certificado de conduta para os evangélicos, hoje não parece significar muita coisa. Fumar é proibido. Beber, o Ministério da Saúde não aconselha. E jogar é ilegal.

É preciso mais do que boas maneiras e uma lista de regras para identificar aqueles que são verdadeiramente comprometidos com Jesus Cristo. E, pior, as pesquisas indicam que os cristãos não são diferentes do restante da sociedade quando avaliados por esses mesmos critérios e pelo estilo de vida.

Esse é o assunto do livro O Escândalo do Comportamento Evangélico — por que os cristãos vivem exatamente como o mundo?, do conhecido escritor Ronald Sider, autor também de um dos clássicos do final dos anos 70, "Cristãos Ricos em Tempo de Fome". Para Sider, preletor principal do IV Encontro RENAS, se os cristãos não vivem aquilo que pregam, o cristianismo se torna uma farsa.  E os dados apontam uma razão óbvia: “os discípulos de Jesus dos dias atuais não agem como Jesus”. Algo com efeito do tipo bola-de-neve: “o comportamento escandaloso ridiculariza a Cristo, prejudica o evangelismo e destrói a credibilidade do cristianismo”.

A análise devastadora do autor é também um apelo aos seus leitores. Não importa o tamanho da crise ou da infidelidade. É preciso recomeçar e acreditar que o Senhor que afirmamos amar e adorar continua à porta. A fé bíblica faz diferença. Ou, nas palavras do autor, “alguém duvida que o nosso Senhor anseia responder aos nossos apelos por um reavivamento?”

Publicado nos Estados Unidos pela Baker Books, "O Escândalo do Comportamento Evangélico" recebeu o Christianity Today Book Award 2006, prêmio conferido pela revista norte-americana Christianity Today. No Brasil, a Editora Ultimato faz o lançamento da obra em novembro.