sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Liturgia dos infernos


Curiosamente, a palavra liturgia representava originalmente no ambiente cristão, tudo aquilo que deveria ser evitado. Mas nem mesmo a reforma protestante conseguiu abolir as formas litúrgicas. Na verdade, apenas remendamos aquilo que nos incomodava.

Em pleno século XXI, ainda sofremos em demasia por conta das práticas litúrgicas. Não digo apenas as formas e aparências dos cultos, mas a maneira de lidar com as pessoas em todas as estruturas e reuniões.

Ficar parado por duas horas ouvindo alguém falar, exige do locutor que, no mínimo, desenvolva um assunto interessante e de forma interessante. Tenho séria dificuldade em me concentrar em algo CHATO. Na maioria das vezes concordo com os assuntos a serem tratados. Porém suportar calado longos períodos “da mesma coisa de sempre”, mata qualquer um. Como seremos capazes de inspirar outros a participarem de reuniões em que nós mesmos não acreditamos?

Pra ser sincero, não acho que os compromissos que possuo na vida me sufocam. A realidade é que ainda estou morrendo de tédio. Suportaria cem vezes mais do mesmo, caso acreditasse. Não é o número de reuniões que me cansa, mas seu conteúdo. Compromisso com formas litúrgicas desinteressantes são o pior tipo de fardo que um homem pode ser obrigado a carregar. E falando de fardo, o texto bíblico que me vem à mente é:

“Amarram fardos pesados e os põem nas costas dos outros, mas eles mesmos não os ajudam, nem ao menos com um dedo, a carregar esses fardos. Tudo o que eles fazem é para serem vistos pelos outros. Vejam como são grandes os trechos das Escrituras Sagradas que eles copiam e amarram na testa e nos braços! E olhem os pingentes grandes das suas capas! Eles preferem os melhores lugares nos banquetes e os lugares de honra nas sinagogas. Gostam de ser cumprimentados com respeito nas praças e de ser chamados de “mestre”. Porém vocês não devem ser chamados de “mestre”, pois todos vocês são membros de uma mesma família e têm somente um Mestre.” (Mateus 23:4-8)

Já imaginou uma comunidade onde o vínculo principal é o amor?

Quem sabe com um pouco deste tempero especial, seja possível que haja entre todos uma compreensão clara da importância de estarem juntos.

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