terça-feira, 2 de novembro de 2010

A FOBIA DA MORTE: um discernimento essencial

O autor do livro de Hebreus nos diz que Jesus veio destruir aquele que tem o poder da morte; a saber: o diabo. E, além disso, veio para livrar aqueles que pelo pavor da morte estavam sujeitos à escravidão por toda a vida.

Para mim poucas revelações espirituais são tão fortes e essenciais para o bem da alma humana quanto as duas acima referidas.

Assim, se fica sabendo que o diabo tem o poder de operar pelo medo da morte, visto que ele não é senhor da morte; pois há Um só que é Senhor de todas as coisas: Aquele que tem o poder sobre a vida e morte, pois é o Criador da Vida, o qual, morrendo na Cruz, Ressuscitou da Morte.

Portanto, o diabo tem o poder da morte pela via do medo que a fobia da cessação da vida faz gerar nos mortais.

Ele, o diabo, nunca decidiu quem vive e quem morre. O livro de Jó deixa isto mais que claro. No entanto, a fobia da morte é a pulsão humana que ele mais usa a fim de manter os filhos de Adão sob cativeiro.

E como isto acontece?
Se os homens morreriam ou não no corpo antes de haverem comido do fruto da árvore do conhecimento referencial do bem e do mal, não é de fato importante. Não para mim, em nenhuma perspectiva. O que de fato importa é que aquele “ato” de comer do fruto, de estender a mão e tomá-lo, mudou completamente a estrutura da percepção dos humanos; rompendo-lhes a harmonia com Aquele para Quem não há vivos e nem mortos, pois, para Ele, todos vivem.

Desse modo, mediante tal ruptura os humanos conheceram a morte nos ambientes imediatos da percepção da existência física. Pois, em não existindo a percepção da cessação física como “morte”, o fato-epistemológico dessa não-percepção, faz a morte inexistir como sentimento, visto que, nesse caso, já se está para além de questões como morte e vida. Digo: isto antes de se saber-conhecer a morte, conforme ‘percepcionalmente’ viemos a conhecê-la.

Ora, se antes do “comer do fruto” eles também morriam, tal fato não era sentido, posto que a harmonia total com o sentido da vida no Criador lhes dava a visão não da morte, mas da absorção da vida pela Vida.

Por outro lado, se “não morrer”, no Gênesis, de fato e literalmente significa “ser imortal no corpo”, então, a ruptura causou a mesma coisa no nível da percepção, idêntica ao que geraria se eles morressem sem sentir a morte como “morte”.

Portanto, como disse, para mim, em nada faz diferença. E se alguém alegar que a não-importância da morte física em sua literalidade afeta o significado da ressurreição física de Jesus e de nossa própria ressurreição no corpo, digo que não é assim; pois, de fato, Jesus ressuscitou no corpo e nós no corpo também ressuscitaremos, posto que Deus, em Cristo, está restaurando todas as coisas; e, entre tais coisas, está o corpo; o qual, uma vez ressuscitado, já não será feito desta “carne mortal”, mas sim de algo de natureza imperecível.

Mas voltemos à fobia da morte, usada pelo diabo a fim de manter os mortais humanos sob escravidão.

Quase tudo (se não mesmo tudo) o que se faz nesta vida, é feito por nós em razão da pulsão constante e inconsciente do “pavor da morte”.

Assim que as menores noções de tempo começam a se instalar em nós, logo se percebe o surgimento de uma aflição essencial na alma humana. Começa a surgir uma urgência, uma impaciência inexplicável, uma ânsia de viver.

Às vezes já na infância essa angustia está presente. Na minha estava, e com muita intensidade. Ao chegar à adolescência ela explode como fogos de artifício. É ainda a primavera da vida escondendo a fobia da morte com belas cores. Na idade adulta ainda bem jovem, a fobia da morte se veste de responsabilidade e até de neurose. Tem-se que produzir a fim de “ser alguém”. E, em tal estado, casar, ter filhos, ganhar dinheiro, adquirir confortos, alcançar posições importantes, construir um nome, uma reputação, etc... — são também “folhas de figueira” a esconder a fobia essencial: o medo da morte.

Sim, porque cada vez mais a mente vai fazendo a contagem em ordem decrescente; e faz isso de modo cada vez mais consciente.

Ao se atingir a meia idade, então, mais do que nunca antes, cai sobre a alma a angustia de olhar para trás, e ver o que não foi feito, provado, sentido, gozado, aproveitado — todas as árvores do jardim —; e, ao mesmo tempo, olhar para o hoje e, quase sempre, vê-lo indigno dos nossos sonhos; sejam exteriores ou interiores; o que, imediatamente, nos remete com sofreguidão para a perseguição de tudo o que não se teve, e que precisamos alcançar nos anos que nos restam.

Por essa razão, em geral, a meia-idade promove mais mudanças do que se pode imaginar.

A fobia da morte está muito maior em nossos dias, com todo o cenário de extinção apocalíptica que já se faz sentir, consciente e inconscientemente por todos os humanos.

Quando, porém, se chega ao inicio da velhice, então, uns se desesperam; ou se tornam amargos; enquanto outros se conformam, ficam quietos ou buscam refugio na religião, ou em qualquer forma de bem a ser feito aos outros como quem afofa o leito da própria morte.

No entanto, mesmo os conformados, em sua maior parte, conformam-se em razão de crerem ou esperarem que suas “pequenas barganhas” com Deus, feitas de esmolas e caridades, lhes dêem um lugar no céu... Quem sabe?

A existência humana é esse briga permanente com o tempo que se tem, até a primeira juventude adulta; e, depois, é uma angustia contra o tempo que já não se tem, que é quando a fobia da morte vai se tornando um pânico consciente e cada vez mais escravizante.

É pelo poder de incitar o medo da morte que o diabo faz o que quer conosco!

É em razão do medo da morte que as meninas se entregam a quem não querem, os homens conquistam quem não desejam, matam pelo que não lhes dará vida, trabalham como loucos como se o esforço lhes fosse agregar um dia a mais na existência, ambicionam fama, nome, reputação, dignidade, poder, variedade de experiências, provar de novos gostos, a ansiedade pelo amanhã, o stress do tempo, a impaciência total, a busca frenética por prazeres encantados, a expedição mortal na perseguição do Santo Gral.

É em razão da fobia da morte que muita gente vai se despedaçando pelo caminho, escolhendo qualquer coisa, aceitando tudo, não largando nada, tentando ser dono de tudo o que pode, agarrando-se a qualquer coisa como se fosse essencial.

É também a fobia do morrer que faz a gente ficar escravizado ao tempo!

“Estou com 40 anos e ainda não provei um amor arrebatador...” — diz alguém convencido de que um amor arrebatador pode salvar a alma humana.

“Não posso ficar só. Tenho que ter alguém logo...” — afirma alguém que diz gostar de companhia, mas que de fato tem pavor da solidão, que é também filha psicológica da fobia da morte.

“Não consigo ficar só. Levo qualquer um pra casa...” — alguém garante como se isso fosse uma virtude de sedução.

“Por que é que eu só encontro homem cafajeste?” — indaga ‘inocente’ a mulher que escolhe o que vier..., apenas pra não ficar sozinha.

“Tudo dá errado pra mim. Saio de uma angustia e entro logo noutra!” — diz alguém que “topa tudo”, e que se entrega por qualquer migalha, mas que reclama da vida como se fosse obra do “azar”.

“Trabalhei tanto que não vi meus filhos crescerem...” — chora o homem ou a mulher que, pela fobia da morte, entregou-se à síndrome dos faraós.

“Consegui tudo o que queria..., mas continuo infeliz!” — grita a pessoa rica e que vive sob o pânico da morte.

“Que é isso? A vida passa! E você vai ser marido de uma só mulher?” — dizem os amigos zumbis, inconformados com alguém que não sofrendo do pânico da morte, não aceita companhia que não se faça acompanhar de amor.

“Que desperdício! Uma mulher como você não pode estar linda, aos 39 anos, e sozinha. De jeito nenhum!” — assim amigas mal-amadas demandam mortal solidariedade; ou, desse modo, exigem ‘participação’ nas graças dessa mulher os homens para quem não se pode morrer sem “provar aquilo”, e dela.

E assim vai... E vai quase todo mundo pro buraco. E tudo isso em razão de que a vida vai acabar.

Então, a pessoa se deixa escravizar a tudo e a quase qualquer coisa, mesmo àquelas que ela odeia ou detesta ou nada tem a ver com ela. E isto apenas porque, segundo o fluxo deste mundo, não se pode perder tempo, pois a morte está chegando...

Ora, “é porque a morte está chegando” que a maioria escolhe a própria morte para dormir em sua cama, para casar, para ser sua preocupação, seu tema de brigas, sua angustia, sua separação, seus casamentos e re-casamentos, seus novos e cansados planos, suas pelejas loucas e movidas pela inveja...

Inveja... é também algo que nasce do medo da morte. Afinal, pensam: “... todos nós vamos morrer, mas ele tem..., e eu ainda não.” Portanto, “eu quero ser como ele”; ou, quem sabe, “quero ter o que ele tem”; e pior ainda: “quero ter o que é dele!”

É por causa da fobia da morte que tudo acontece, até aquilo que julgamos, muitas vezes, mais que legitimo. Aliás, todo o nosso sentido de dignidade, honra, direito, etc...— vêm do fato de que esta vida é a única que temos conforme nosso ‘sentir’; e, assim, se tudo não for resolvido aqui, o que restará de nós, de nossa memória, de nosso nome, de nossa dignidade? — é a questão proposta pelo medo do morrer.

Quando comecei este site, em 2003, para cada 100 cartas que recebia, umas 10 eram ofensivas. A tese básica era: “Você perdeu o direito de pregar porque se divorciou...” Depois, para cada 100 cartas, uma era assim. Hoje é uma raridade, exceto quando digo algo sobre algum “apóstolo” ou “pai-póstulo”. Então, para minha surpresa, para cada 100 dizendo “é isso aí”, há umas 10 criticando por mandado dos “interessados”; pois, até hoje, nunca recebi uma carta que não fosse de “funcionários” deles.

Mas por que estou dizendo isto?

É que logo, logo..., descobri que os que me escreviam não crêem muito em Deus, nem em eternidade, nem em verdade, nem nas coisas do coração. Para eles o que vale é o hoje como imagem de poder. Por isto também toda a “prosperidade” por eles buscada é de BMW e Limousine. Da eternidade eles parecem ter esquecido por completo. O “deus” deles se alimenta de comida da terra... Sim, do pó da Terra.

Ora, quando me ficou claro que eles escreviam o que escreviam porque ainda estão escravizados pela morte, e pela ambição dos poderes que devem ser obtidos nesta Terra, antes que a morte chegue; coisas essas que no caso deles significa especialmente uma “igreja grande” ou uma “imagem de ungidos”... — então, vendo que a verdade não era de seu interesse, passei a apenas responder-lhes da seguinte maneira: “Meu irmão (ã), Poderia responder muitas coisas, e, sem dificuldade desconstruir seus tolos argumentos; de quem não está interessado na verdade. Portanto, espere uns poucos anos apenas, pois, em breve, todos estaremos na eternidade. Sim, bem diante do Trono Eterno, de toda luz e de toda verdade. Então, lá, pergunte ao meu Senhor o que era e o que não era verdade!”

Impressionante! Ou ninguém escreve de volta; ou, então, me pedem perdão!
E por que é assim?

É que as pessoas esqueceram da eternidade porque têm medo da morte. Assim, ficam “brincando de Deus” aqui na Terra, arruinando a cabeça dos outros; e, assim, tornam-se aliados no mínimo inconscientemente do diabo, pois fazem o que ele quer. Ora, isto é assim porque o desejo do diabo é sempre alimentar o medo, não importando a qualidade do medo; posto que em Deus não há medo, pois o verdadeiro amor lança fora o medo.

Mas essas pessoas que me escreviam eram lembradas que eu não estou aqui “brincando de falar de Deus”; e que de fato sei que nós todos estaremos cara-a-cara diante do Trono; e logo! — afinal, o que são umas poucas décadas, se tanto? —; então, rapidamente pararam de conversa fiada, pois ficaram sabendo que o “buraco é eterno”.

Fobia da morte!
Sim, é ela que comanda tudo!
No entanto, Jesus veio para despojar o diabo desse poder. E, no que disse respeito a Ele, Jesus, tal poder foi e está, em-si-mesmo, despojado, conforme Paulo.

O problema é que a cristandade não entendeu a Palavra do Evangelho e nem tampouco aceitou Jesus. Então, foi criada essa coisa maluca que usa o nome de Jesus para infundir nos homens o medo que alimenta o poder do diabo; pois, ele, o diabo, come o medo da morte como prato frio, mas adora os salgadinhos feitos de culpa religiosa, e que são apimentadas pelo pânico em relação a Deus; o que significa vitória do diabo concedida a ele pela religião; posto que é a religião que mantém o diabo vivo, a culpa ressuscitada, e a lei matando a alma.

Se entendermos isto, meu Deus! Quanta coisa mudará!

O momento presente, todavia, exacerba imensamente este ‘sentir’ de morte. Afinal, conforme tenho aqui escrito, “os dias são maus”, e nos tornamos vizinhos das visões que João teve no Apocalipse, na Ilha de Patmos.

Por esta razão, agora, não somente somos atormentados pelas pulsões da morte que brotam como fontes psicológicas de natureza existencial insaciável, ainda que em sua maior parte venha do poço de nossas subjetividades, mas também, de súbito, nos vimos também abraçados pela Morte Global, e fomos avisados de que o Planeta Terra está cambaleando, cansado e abusado; e que pode vir a ter seus poderes abalados e caotizados.

Ora, a junção da fobia interior da morte individual com um cenário apocalíptico de morte global, tem produzido, e ainda produzirá, nas almas humanas, as maiores carências, fragmentações, ansiedades, perplexidades, angustias, pânicos, e pavores jamais antes sentidos por nenhum de nós.

Desse modo, mais do nunca, tem-se que andar com “o selo do Cordeiro na fronte” a fim de que não sejamos picados pelos ferrões que envenenam a alma com a ansiedade que nos faz, em fugindo da morte, cair exatamente de modo mais profundo nos braços dela.

Afinal, Jesus já destruiu aquele que tem o poder da morte, a saber: o diabo. E isto para que todos ficássemos livres da fobia da morte, que é a única comida que pode erguer o poder do diabo no coração humano, levando-nos, assim, outra vez, ao cativeiro do medo que nos move para o abismo da morte, e não para o Refúgio da Vida.

Pense, todavia, você mesmo. E sei que Deus lhe dará entendimento de tudo!

Nele, que nos livrou da angustia do tempo em face do medo da morte, e nos deu a alegria do que é eterno,

Caio

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

As duas faces da dor

Às vezes, o inesperado bate à nossa porta e se apresenta acompanhado por uma dor indescritível, cuja dimensão e intensidade não se pode avaliar. Esta dor parece devastar e aniquilar até mesmo a nossa esperança. De repente, somos envolvidos por uma atmosfera de força e fé. A semelhança das árvores, cujas raízes as sustentam e as fixam no solo, raízes também brotam no solo da nossa alma e somos
fortalecidos de forma sobrenatural. Assim “este inesperado”, tal qual um tornado, uma tsunami devastadora não consegue nos derrubar, nem mesmo nos arremeter ao espaço sem destino. De onde vem esta força que nos sustenta e nos põe de pé? Este poder vem do Senhor Deus, Criador e Sustentador de toda Sua obra. Deus, cujo amor por nós é obstinado, pois não desiste de nós, não nos esquece, não nos abandona, mas nos ergue, caminha conosco e nos aponta o recomeço.

Diante do lamentável episódio que vitimou o magistrado Marcelo Alexandrino da Costa e sua família, o inesperado também bateu à sua porta. Seguramente esta família viveu dias de profunda dor e expectativa, cujas horas parecem não findar. O sofrimento não dá trégua, pois como nossa sombra, não se aparta de nós. Mas, louvamos o nome do Senhor Deus e nos curvamos diante da Sua soberania, graça e poder, declarando mais uma vez que Deus é fiel! O Senhor poupou a vida de um pai e seus filhos. Hoje, podemos celebrar a vitória da vida sobre a morte e esta família pode caminhar em direção a um novo tempo e escrever uma nova página de suas histórias. Mas a dor tem duas faces.

Do lado de cá, estamos nós! Duas famílias ainda vivendo a dor cruel que o inesperado nos trouxe. São dois homens íntegros, honestos e verdadeiros que se vêem aviltados por uma atmosfera de acusações que não procedem. Acusações tais que estão na contramão de todos os princípios que regem a conduta destes jovens, cujo caráter foi forjado em valores e princípios que valorizam o bem, a justiça e a vida.

As palavras também podem se tornar armas poderosas e devastadoras, uma vez que podem matar projetos de vida e sonhos, ferir a alma enfraquecer o ânimo. Declarar de forma tão arbitrária e infundada: –“Observa-se que o crime foi praticado com extrema brutalidade, onde os indiciados, com verdadeiro instinto homicida e investidos da Autoridade do Estado, (...)” – juiz Fábio Uchoa, é tornar esta declaração um instrumento de ataque que abre feridas e faz sangrar. E eu lhes pergunto, qual o
calibre desta arma? Eu só poderia lhes responder, se a chaga que abriu em nosso coração pudesse ser mensurada. Sou Gilza, mãe de Bruno Rocha Andrade e testifico diante de Deus e da sociedade que este não é o perfil do meu filho. Mas, uma pessoa temente ao “doador da vida – Deus”, amante da vida e que pelo ideal de defendê-la, preservá-la, hoje sofre a dor cruel do momento presente e a expectativa do futuro. Mas com certeza o Deus a quem seguimos e servimos é fiel, justo e já está presente em nosso amanhã. “Nele” confiamos e aguardamos! Assim, é na força de Deus Pai, Deus Filho e Deus Espírito Santo que nossas raízes estão fixadas, firmadas em Suas promessas e estamos de pé.

Hoje, 12 de outubro, é ”o dia das crianças”. Sempre que falamos sobre crianças, a esperança renasce, cremos em um amanhã melhor e contemplamos o renovo da vida. Pedimos ao Senhor que não nos permita perder o foco em seu poder, graça, justiça e misericórdia. Que a beleza da vida não se apague para nós, pois estamos diante da preservação deste milagre – todas as vidas naquele episódio foram
preservadas – Glórias a Deus!

Queremos prosseguir e dizer como o poeta: - “Viver e não ter a vergonha de ser feliz. Cantar a beleza de ser um eterno aprendiz. A vida é bonita, é bonita e é bonita”. Pedimos ao Senhor Deus que nos abençoe de forma tão sobrenatural a ponto de reunir as nossas cinzas e transformá-las em material nobre para reconstrução do nosso ser, viver e do futuro dos amados filhos Bruno Andrade e Bruno Souza.

Gilza de Souza Rocha Andrade

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

O Pecado do Orgulho Espiritual

William Gurnall - (1616-1679)

- Uma espécie de orgulho espiritual que cresce como erva daninha no meio do trigo e que Satanás usa para atacar o cristão é o orgulho da graça. Os dons nos são dados para agir; a graça nos é dada para ser. Estamos falando aqui sobre a medida da graça ou dos atributos de santidade que Deus concede a uma pessoa. Sabemos que tudo o que possuímos nesta vida está sujeito à corrupção – nada do que o cristão tenha ou que faça está isento deste verme do orgulho. O orgulho é o maior responsável pelas áreas fracas nas nossas virtudes, que são altamente vulneráveis. Não é a natureza da nossa graça, mas o sal da aliança de Deus que preserva a pureza dela.

De que maneiras, então, pode um santo tornar-se orgulhoso de sua graça?

Primeiro, por confiar na força da própria graça. Confiar na força da própria bondade é ter orgulho da graça. Deste modo você recusa a pobreza de espírito que Cristo tanto recomendou (Mt 5). Somos exortados a reconhecer a própria pobreza espiritual a fim de que nos apoiemos em Deus para toda e qualquer necessidade. Paulo era um homem assim. Ele não se envergonhava de que o mundo todo soubesse que era Cristo o responsável por toda sua provisão: “a nossa capacidade vem de Deus” (2 Co 3.5).

O que aconteceu a Pedro quando ele se vangloriou da força de sua própria graça?“Ainda que todos se escandalizem, nunca, porém, eu”, jactou-se Pedro (Mc 14.29). Ele se colocou para medir forças numa corrida com o diabo, mas perdeu antes mesmo de sair do portão. Com misericórdia, Cristo permitiu que Satanás pisoteasse a graça particular de Pedro para revelar-lhe sua própria natureza e para derrubá-lo da exaltação do seu orgulho.

Ore para que Deus seja igualmente misericordioso com você se você começar a subir a escada dos próprios sucessos espirituais. Joabe observou que estava crescendo em Davi o orgulho pelo poder do seu reino, levando-o a querer recensear a nação; foi por isso que disse ao rei: “Ora, multiplique o Senhor teu Deus a este povo cem vezes ... mas, por que deseja o rei meu senhor este negócio?” (2 Sm 24.3). Pode um cavalariço orgulhar-se de exercitar o cavalo do seu patrão ou um jardim jactar-se porque o sol brilha nele? Não deveríamos nós dizer a respeito de cada gota de bondade o mesmo que o jovem discípulo de Eliseu disse a respeito da sua machadinha: “Ai, meu senhor! ela era emprestada”? (2 Rs 6.5).

Confie na força de seus próprios atributos de santidade, e você começará a relaxar em seus deveres para com Cristo. Reconhecer que é fraco faz com que você não se afaste muito dele. Quando você vê que sua própria despensa está vazia e tudo o que precisa está na dele, com mais frequência buscará suprimento nele. Mas quem pensa que pode tomar conta sozinho de si mesmo diria: “Tenho mais do que o suficiente para me sustentar durante muito tempo. Aquele que tem dúvida que ore; a minha fé é forte. Que os fracos busquem ajuda em Deus; posso muito bem cuidar de mim mesmo”. Que situação lamentável, supor que não precisamos mais da graça de Deus para nos sustentar minuto a minuto.

Superestimar a força de nossa própria bondade não somente nos induz a desprezar a ajuda de Deus, como também nos torna imprudentes, temerários e ousados. Quem se gaba da própria espiritualidade é capaz de se colocar em toda espécie de situação perigosa e, depois, ainda sair se vangloriando que é capaz de se dar bem nelas. Acha que está tão firme na verdade que uma equipe inteira de hereges não seria capaz de demovê-lo do caminho. Vai a lugares que não deveriam ser frequentados por cristão algum, ouve coisas que nenhum cristão deveria ouvir – enquanto continua insistindo o tempo todo que ainda que outros possam trair a Cristo em tais circunstâncias, ele nunca o abandonará. Pedro demonstrou essa mesma confiança tola na véspera da crucificação do nosso Senhor, e você sabe como ele se saiu. Sua fé poderia ter sido totalmente destruída no mesmo instante se Jesus não o tivesse resgatado com seu olhar de amor.

Confiança arrogante na força da própria graça também fará de você uma pessoa crítica e antipática para com os irmãos que reconhecem que são fracos – e esse é um pecado extremamente indecoroso. “Se alguém for surpreendido nalguma falta”, diz Paulo, “vós, que sois espirituais, corrigi-o com o espírito de brandura” (Gl 6.1). E se você quer saber por que você, que se considera acima de qualquer repreensão, deveria se abaixar para ajudar um irmão caído, eis uma excelente razão: “guarda-te para que não sejas também tentado”.

Deus o adverte contra a espiritualidade superconfiante. O que torna os homens descaridosos para com os pobres? Pensar que nunca serão pobres. O que faz os cristãos julgarem os outros tão severamente? A confiança na própria bondade, achando que nunca cairão. Bernardo costumava dizer, sempre que ouvia a respeito de qualquer pecado escandaloso de um irmão: “Ele caiu hoje; amanhã quem pode tropeçar sou eu”. Oh, que todos nós tivéssemos esse mesmo espírito de humildade!

Um segundo modo de nos tornarmos orgulhosos da própria graça é apoiar-nos no valor da nossa graça – pensando que podemos ser suficientemente bons para agradar a Deus. A Escritura chama a graça inerente de “justiça própria” e a coloca em oposição à justiça de Cristo, que é a única chamada de “justiça de Deus” (Rm 10.3). Quando confiamos na própria graça, estamos exaltando-a acima da graça de Deus. Se ela realmente fosse superior, então um santo poderia dizer ao chegar no céu: “Esta é a cidade que eu construí, comprada pela minha graça”.

Isto faria de Deus um inquilino, e da criatura, o senhorio! Ridículo? Entretanto, é exatamente esta a atitude que demonstramos quando procuramos obter a aceitação de Deus por meio dos próprios esforços. Como é que o Deus do universo suporta com tanta paciência tamanho orgulho em criaturas tão humildes!

Se você tem algum entendimento da Palavra de Deus, sabe que Deus determinou que nossa salvação fosse obtida por um método muito diferente daquele que é baseado no esforço. É, de fato, um método de graça – mas nunca da graça do homem. Pelo contrário, é a graça divina de Deus. Qualquer graça inerente em nós tem sua importância e sua função de “acompanhar a salvação” (Hb 6.9), mas nunca de obtê-la. Isso é obra de Cristo, e somente dele.

Quando Israel aguardava o Senhor no Monte Sinai, havia a demarcação de fronteiras. Ninguém podia subir a montanha para falar com Deus, com exceção de Moisés. Não podiam nem tocar na montanha, senão morreriam. Eis aqui uma metáfora espiritual da nossa graça. Todas as graças são concedidas para aperfeiçoar nosso serviço para Deus, mas nenhuma delas pode substituir a fé como base para ser aceito por Deus. Fé – desonerada das obras – é a graça que deve apresentar-nos a Cristo para a salvação e purificação.

Essa doutrina da justificação pela fé foi mais atacada do que qualquer outro ensinamento das Escrituras. Na verdade, muitos outros erros foram apenas estratégias astutas do inimigo para chegar mais perto e minar essa doutrina fundamental. Quando Satanás não consegue esconder essa verdade, ele se empenha para evitar sua aplicação prática. Por isso você pode ver cristãos que defendem a justificação pela fé, enquanto a atitude e as ações deles contradizem tal profissão de fé. Como Abraão, quando procurou Hagar, eles tentam realizar o propósito de Deus através de um plano carnal. Todos esses esforços que parecem tão nobres, na realidade são ilegítimos porque estão alicerçados no orgulho.

Em última análise, a vanglória das próprias capacidades é o que faz você continuar se esforçando para ser justo. Você tenta sempre orar mais intensamente, empenhar-se para ser um cristão melhor e lutar para ter mais fé. Você continua dizendo para si mesmo: “Posso conseguir!”. Mas logo descobrirá que sua própria graça é insuficiente até para a menor das tarefas, e sua alegria se esvairá pelas frestas dos seus deveres imperfeitos e suas graças enfraquecidas. A linguagem do orgulho relaciona-se com a aliança de obras. A única maneira de escapar dessa armadilha é deixar a Nova Aliança romper as cordas da antiga e reconhecer que a graça de Cristo supera em muito as obras da lei.

Satanás usa dois tipos de orgulho para fazer-nos continuar confiando no valor da graça própria. Um deles eu chamo de orgulho mascarado; o outro, de orgulho de autoelogio.

Orgulho mascarado anda na ponta dos pés, disfarçado de humildade. É o orgulho da pessoa que chora e se lamenta por causa de sua vil condição, mas que se recusa a ser confortada. É verdade – nenhum de nós é capaz de descrever seus pecados de modo a mostrar quão negros realmente são. Mas pense no quanto desfaz a misericórdia de Deus e o mérito de Cristo quando você diz que não são suficientes para comprar o seu perdão! Não existe uma maneira melhor de mostrar seu senso de pecado do que caluniar o Salvador? Você não quer sentir-se devedor a Cristo porque ele comprou sua salvação, ou é orgulhoso demais para pedir-lhe perdão?

Que orgulho terrível é um mendigo passar fome para não pedir esmolas a um homem rico, ou um criminoso condenado escolher a morte no lugar de aceitar o perdão da mão de um governante compassivo. Contudo eis aqui algo ainda pior – uma alma definhando e perecendo no pecado rejeitar a misericórdia de Deus e a mão de Cristo estendida para salvá-la. Deus afirma que não há ninguém que ele não possa salvar. Se você persiste em sua atitude de denegrir a si mesmo, está chamando Deus de mentiroso. Você foi ludibriado para acreditar que suas lágrimas purificam mais do que o sangue de Cristo.

Uma outra forma de orgulho espiritual que demonstra que está confiando no valor da própria graça é o orgulho de autoelogio. Isso acontece quando o coração se eleva secretamente e diz de si mesmo: “Eu posso não ser perfeito, mas com certeza sou melhor do que a maioria dos cristãos que conheço”. Esse tipo de visão interior é adúltero – ou, melhor dizendo, idólatra. Cada vez que você contempla sua justiça própria com tal atitude interior de admiração e confiança, está cometendo de fato uma grande iniquidade. É chegar à porta do céu com uma chave antiga quando Deus já trocou a fechadura.

Se você é verdadeiramente um cristão, precisa reconhecer que sua entrada inicial na posição de justificação foi por pura misericórdia. Você foi “justificado gratuitamente por sua graça, mediante a redenção que há em Cristo Jesus” (Rm 3.24). Tendo sido reconciliado, a quem você é devedor agora – à sua própria bondade, à sua obediência, a você mesmo – ou a Cristo? Se Cristo não dirige tudo o que você faz, com certeza encontrará a porta da graça fechada. “Visto que a justiça de Deus se revela no evangelho de fé em fé, como está escrito: O justo viverá por fé” (Rm 1.17). Não somente fomos vivificados por Cristo, mas também vivemos por ele. O caminho para o céu está pavimentado com graça e misericórdia, do começo ao fim.

Por que Deus insiste tanto em que usemos a sua graça em vez da nossa? Porque ele sabe que a nossa graça é inadequada para a tarefa. Esta é a verdade: confiar na própria graça somente nos traz dificuldade e dor de cabeça; confiar na graça de Deus traz paz e alegria permanentes.

Em primeiro lugar, confiar na própria bondade, no fim, a destruirá. A graça inerente é fraca. Obrigue-a a suportar o jugo da lei e, mais cedo ou mais tarde, ela desmaiará pelo caminho, inadequada para a tarefa de puxar a pesada carga da velha natureza. É do jugo de Cristo que você precisa, mas você não pode recebê-lo até que jogue fora aquele que o prende às obras.

Isso é feito através de renunciar a toda e qualquer expectativa quanto a você mesmo. Se você é um daqueles que afirmou durante anos que era cristão, apesar de ver pouco fruto em sua vida, talvez deveria cavoucar com mais profundidade até a raiz de sua profissão de fé e descobrir se a semente que plantou foi cultivada no solo estéril do legalismo. Se foi assim, arranque-a imediatamente e replante sua alma num campo fértil – a misericórdia de Deus.

Davi nos relata como veio a prosperar ao passo que alguns que eram ricos e famosos de repente secaram e morreram: “Eis o homem”, disse ele, “que não fazia de Deus a sua fortaleza, antes confiava na abundância dos seus próprios bens... Quanto a mim, porém, sou como a oliveira verdejante na casa de Deus; confio na misericórdia de Deus para todo o sempre” (Sl 52.7-8).

Você não somente esmaga sua graça, fazendo-a carregar o peso da sua salvação, mas também se priva do verdadeiro conforto em Cristo. O conforto do evangelho jorra de uma raiz do evangelho, que é Cristo. “Porque nós é que somos a circuncisão, nós que adoramos a Deus no Espírito, e nos gloriamos em Cristo Jesus, e não confiamos na carne” (Fp 3.3).

O primeiro passo para receber o conforto do evangelho é mandar embora todos os nossos próprios confortadores. Um médico pede ao seu paciente que pare de ir a todos os outros médicos que mexeram com sua saúde, e que confie somente nele para obter a cura. Na qualidade de médico espiritual, o Espírito Santo pede que você mande embora todos os antigos doutores – todos os deveres, todos os outros tipos de obediência – e que se apóie somente nele.

Você tem um clamor que sai das profundezas por uma paz interior? Então verifique de que tipo de recipiente você está tirando seu conforto. Se for o recipiente da própria suficiência, o suprimento é finito e muito em breve irá secar. Ele é misturado e diluído e, por causa disso, não é nutritivo. Acima de tudo, é uma fonte roubada se você afirma que vem de si mesmo e não o reconhece como um dom de Deus. Agora pense: que tipo de conforto você pode obter de mercadorias roubadas? E que tolice é brincar de ladrão quando seu Pai tem muito mais para lhe dar e muito melhor do que tudo que você poderia surripiar numa vida inteira! Que engano engenhoso de Satanás – fazer-nos dispostos a roubar, mas orgulhosos demais para pedir a misericórdia das mãos de Deus.

Extraído de The Christian in Complete Armour, Volume One (O Cristão com Armadura Completa: Volume Um) por William Gurnall (1616-1679)

FONTE: www.mayflower.com.br

Intimidade com Deus

JESUS PARA OS ÍNTIMOS
INTIMIDADE COM DEUS

“Nele [em Jesus] habita corporalmente TODA a plenitude da Divindade”. (Colossenses 2.9). (destaque meu).

Este texto aparentemente não tem nada a ver com o tema supracitado. Isto, porém, é só o que parece ser, mas não é. Na verdade há uma ligação íntima entre o texto e o tema. Ambos estão interligados.

Eu explico: É que a Carta de Paulo aos colossenses foi escrita para proteger a Igreja de Jesus, em Colossos, dos falsos ensinos que tentavam, já naquela época, se infiltrar na Igreja. Gnosticismo é o nome dado comumente a este sistema falso de doutrina. Era uma mistura de práticas judaicas, filosofia e misticismo gregos. Um sincretismo religioso.

Dentre seus vários ensinos, havia a crença fundamental de que o princípio do mal estava na matéria. A matéria sendo má, Deus não poderia ter contato com a Terra e tudo o mais que nela existe, inclusive o homem. Nem mesmo poderia tê-los criado. Para isso, Ele, então, criou emanações ou deuses menores (sub-deuses) e de poder inferior, que por sua vez, criaram outras emanações cada vez mais inferiores até que todas as materialidades existentes viessem a existir. O homem, por ser revestido de matéria, era tido como a criatura mais distante e necessitada do conhecimento de Deus.

Para os gnósticos, Jesus não era Deus, e sim uma daquelas emanações (sub-deus), visto ter ele participado da natureza humana, da materialidade - origem do mal.

Assim, Deus jamais se humanizaria e se revelaria ao homem sob o risco de se contaminar com o mal (a matéria). O homem é quem deveria desesperadamente ir ao encontro de Deus. E para que este homem alcançasse a plenitude e a intimidade com Deus, necessário seria que ele empreendesse um esforço próprio e adquirisse um conhecimento (gnose) especial, secreto, destinado somente aos “iniciados”; atentasse para certas práticas judaicas como a observação de dias, festas e alimentos (legalismo); cumprisse algumas regras de privação do corpo – “não toque! não manuseie! não prove!” (ascetismo); e, tivesse experiências extáticas – “visões, culto dos anjos” (misticismo). Cl 2.16-23.

Mas o que isso tem a ver com intimidade com Deus?

Bem, foi nesse contexto que Paulo escreveu aos colossenses dizendo: “Tenham cuidado para que ninguém os escravize a filosofias vãs e enganosas, que se fundamentam nas tradições humanas e nos princípios elementares deste mundo, e não em Cristo. Pois em Cristo habita corporalmente toda a plenitude da divindade, e nEle, que é o cabeça de todo poder e autoridade, vocês receberam a plenitude”. Cl 2.8-10. Outra versão, no verso 10 (parte sublinhada), diz: “nEle vocês estão aperfeiçoados”.

O que o apóstolo Paulo está querendo dizer, aos irmãos de Colossos e a nós, é o seguinte:

1) Não somos nós que vamos a Deus (como queriam os gnósticos com suas práticas). Deus é que veio a nós na pessoa de seu Filho Jesus;

2) A intimidade, a comunhão, a salvação, não se consegue por esforço próprio, mas sim pela graça de Deus. (Deus nos amou e enviou seu Filho);

3) Quem crer em Jesus já tem intimidade, comunhão, e a plenitude de Deus, pois “em Cristo habita TODA (não só uma parte) a plenitude de Deus” e quem crer em Jesus possui, também, aqui e agora, toda a plenitude, plena comunhão, e intimidade com Deus. É isso que está escrito no verso 10: “nEle [em Jesus] vocês receberam a plenitude”. Ou como diz n’outra versão: “nEle [em Jesus] vocês já estão aperfeiçoados”;

4) Em Cristo não nos falta mais nada. NEle estamos perfeitos, plenos. Se alguém não crê nisso, também não crê na Bíblia;

5) O íntimo de Deus é aquele que creu em Jesus.

6) Só existe um que foi perfeito – Jesus. E para nós só existe uma maneira de sermos perfeitos nesta vida – é ser perfeito nEle. É isso que Paulo está dizendo. A perfeição já é algo alcançado em Cristo Jesus. É evidente que nosso estado real, nesta vida, é de imperfeição e sempre será enquanto aqui vivermos. Por isso mesmo é que somente em Cristo é que temos a perfeição, a plenitude, a plena intimidade com Deus. Creia nisso!

7) Quem está buscando intimidade com Deus é porque ainda não tem intimidade com Ele. Não creu como deveria crer. Está diminuindo a pessoa de Cristo e lançando mão de meios humanos para conseguir aquilo que, em Cristo, nós, os que cremos, já possuimos.

8) Paulo dizia que a espiritualidade dos gnósticos era infantil, imatura, ABC (“rudimentos”, “princípios elementares”), pois eles buscavam uma perfeição, uma comunhão, uma intimidade que, em Cristo, os crentes de Colossos já possuiam.

9) Na passagem de um ano para o outro é comum vermos pessoas buscando nos videntes, pais de santo, nas leituras de mãos, nas cartas, nos astros,... como será o seu futuro: se vai se dá bem no amor, na vida financeira, etc. Isso também é uma espiritualidade infantil. Isso porque eles buscam alcançar algo que, para quem tem Jesus, já é algo alcançado. Enquanto eles buscam oscilantemente saber se vão se dá bem no futuro, o cristão sabendo que sua vida está nas mãos de Deus, já sabe que seu amanhã é de paz, mesmo quando as ciscunstâncias sinalizam o contrário, pois “todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus e são chamados segundo o seu decreto”. Este versículo é seletivo, é só para os que são chamados por Deus. É para os que creem em Jesus. Você crê? Então você não precisa de consultar advinhos, pois seu futuro está seguro em Cristo. Eles, os advinhos, nada sabem. Dizem que sabem, mas não sabem. E você também sabe que eles não sabem.

10) Hoje no meio evangélico tem-se falado muito em INTIMIDADE com Deus. Isso está nas músicas, nos livros, nas mensagens, etc. Expressões como “apaixonados por Deus”, dsesesperados por Deus” tem sido ouvidas com frequência. Eu digo como Paulo: “Cuidado!” (Cl 2.8). Cuidado, digo, para que ninguém se utilize de recursos humanos, de esforço próprio, para querer obter essa intimidade, e deixe de buscá-la em Cristo. Não há coisa que me deixa mais apaixonado por Jesus do que saber que, nEle (não me canso de repetir), já tenho intimidade com Deus, nEle estou aperfeiçoado. Aleluia! Isso é maravilhoso. “Justificados, pois, PELA FÉ, temos PAZ [porque não dizer “temos comunhão, intimidade”] com Deus, POR MEIO de CRISTO JESUS”. Rm 5.1.


“Jesus eu quero deitar no teu colo...lá, lá, lá...”. (lembram?).


Duvido você dá um grito de júbilo aí onde você está agora! (faça somente se vc entendeu e não porque eu sugerí).


Um beijo pra todos.

Ismar

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Porque eu desisti de ser evangélico.



Não quero ser polemico. Também não desejo soprar aos quatro ventos que “descobri a roda!” e, principalmente o assunto em questão não é novidade para as pessoas que giram na órbita da Vineyard Café. Trata-se do registro de uma constatação de quase dez anos da minha peregrinação cristã.

Sistematizei porque assim funciono melhor. Isso tem sido assunto recorrente em nossa comunidade e temos procurado vivenciar isso.

As razões pelas quais eu desisti de ser evangélico:


1. Entendo que “a igreja evangélica não existe. O que existe são centenas e milhares de comunidades cristãs evangélicas, são centenas e milhares de comunidades locais e, estas centenas e milhares vão se agrupando em tribos e, vão desenhando acampamentos. Dentre estes acampamentos alguns tem mais expressão ma mídia televisiva, radiofônica, impressa e, vão construindo a partir daí, uma identidade de ser evangélico, um senso comum evangélico, que se torna hegemônico”. (observação de Ed Renne Kivitiz). E foi em reação a esse senso comum evangélico, a esse crer e viver evangélico que me rebelei.

2. Entendo que a chamada igreja evangélica brasileira precisa de mudanças profundas e significativas na sua realidade, para que passe a ter relevância nos dias de hoje e tenha sua agenda mais próxima a agenda do Reino.

3. Entendo que há uma diferença entre Espiritualidade (A relação com o que dá sentido ultimo a existência, que chamamos de Deus.
Aquilo no ser humano que nos liga ao eterno, ao transcendente. Aquilo pelo o que estamos dispostos a perder a própria vida, para encontrar sentido. Aquilo que é ultimo. A realidade suprema da vida. Nós cristãos chamamos de Deus. A busca disso é espiritualidade). E Religião (O conjunto de dogmas de ritos, códigos morais, que fazem distinções entre sagrado e profano dentro do qual organizamos nossa vivencia de espiritualidade). Assim, religião é uma coisa, espiritualidade é outra coisa. Religião é a forma como nós estruturamos e organizamos nossa espiritualidade.

4. Entendo que há uma diferença entre Deus (Que não tem medida, não explicação. O ser eterno. O “Eu sou o que sou...”) e a Teologia (ferramenta que utilizamos para entender Deus, para torná-lo mais próximo, acessível, inteligível). Deus extrapola as categorias de nossa teologia, extrapola nossos códigos doutrinários. Deus esta acima da teologia. Isso significa que eu posso discordar da teologia!Não concordo com um monte de coisa do Calvino. Não concordo com um monte de coisa dessa teologia ridícula que se consome no Brasil. Aprendi a distinguir Deus dos discursos que são feitos a respeito de Deus.

5. Entendo a diferença entre cristianismo (o conteúdo essencial da vida e obra dôo Cristo) e cristandade (as formas históricas do cristianismo).
A cristandade é sub-cultura do cristianismo. Ter denominação é cristandade. Ser evangélico é cristandade e não tem nada a ver com cristianismo. E chegou uma hora que eu cheguei a conclusão que a igreja evangelica no Brasil é uma péssima expressão do cristianismo. Não quero questionar aqui, se este modelo está certo ou errado. O que sei é que este modelo não me define mais. A expressão “evangélico” não mais me traduz nos quesitos de fé, nos quesitos de celebração e liturgia, nos quesitos de códigos morais, não mais me traduz.

6. Entendo que há uma distinção entre Comunidade Cristã (a comunhão dos cristãos a serviço do Reino de Deus) e a Instituição Religiosa (a organização a serviço dos cristãos). A instituição religiosa – vineyard café – é uma pessoa jurídica. A comunidade cristã se reúne em baixo da arvore se for preciso. Na nossa caminhada chegou uma hora que a comunidade cristã cresceu tanto que precisamos da estrutura da instituição para nos servir. A instituição religiosa é uma coisa, o corpo de Cristo é outra coisa.

Hoje, quando digo: “sou evangélico”, estou dizendo uma coisa que vai despertar no imaginário de quem ouve uma identidade que absolutamente não tem nada a ver comigo.

E, antes que você pense que estou abandonando minha fé, quero informar que não! Continuo amando Jesus, continuo procurando fazer Sua vontade, continuo pastoreando e servindo pessoas numa comunidade local. Apenas, estou abandonando uma versão da cristandade que não me define mais. Só isso.

Esse caminho tem sido doloroso e difícil, porque é a contra mão da igreja nesse momento da história do nosso País. Mas não abro mão dele.

No Pai .

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Acerca da homossexualidade...

Mensagem:

Estimado irmão e amigo,

A Paz de Cristo seja contigo e com todos os seus.

Gostaria se saber qual seria a postura ética, dentro de uma perspectiva bíblico-teológico-cristã, que um psicólogo cristão deve assumir frente a questão apresentada por um cliente que diz ser homossexual, visto que segundo Resolução do Conselho Federal de Psicologia, o Homossexualismo não deve ser tratado como uma "doença" ou "distúrbio", ficando proibida qualquer terapia que vise modificar o comportamento do cliente ou que contrarie a sua opção.

Nesse caso, como ser ético sem ferir os princípios de Cristo?

Um grande abraço,

Rodi

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Rodi, querido: Graça e Paz!

Um psicólogo não pode cobrar para atender se o negócio dele é “pregar”. A missão de um psicólogo é ajudar as pessoas a se enxergarem não a de enxergar por elas. Quem não puder fazer isto com sabedoria e bom senso não está apto para ser psicólogo e, muito menos, para cobrar pela consulta. Se esse for o caso, o psicólogo que não aceita tratar a questão com a paciência de quem não decreta deveria ser a de colocar uma placa dizendo: Aceito qualquer caso, desde que não seja homossexualismo.

Essa é uma questão difícil, mas foi feita maior do que é. Jesus disse: Há aqueles que nasceram eunucos. Há os que os homens fizeram eunucos. E há os que a si mesmos fizeram-se eunucos por causa do reino de Deus. Ele, porém, concluiu dizendo: Nem todos estão aptos para este entendimento.

O eunuco é alguém que nasceu com a supressão de sua sexualidade, ou que foi objeto de tal supressão, ou ainda alguém que não desejando usar sua sexualidade como ato sexual, suprimiu-a por conta própria. Nem todos estão aptos para isto.

O que observo é que as igrejas estão cheias de homossexuais, os seminários e os ministérios pastorais também. (...) Este mundo é caído, e todos experimentamos as deformidades da queda de um modo ou de outro.

O sexo virou o pior pecado na lista cristã religiosa, mas aos olhos de Deus a inveja, a cobiça, as inimizades, as porfias, as facções, etc figuram na mesma lista de defeitos essenciais: obras da carne. Pecado é o que Deus imputa e, de fato, só Ele sabe o que imputa e a quem imputa. Nem todos estão aptos para este conceito também apesar do salmo 32 e de seu aplicativo em Romanos 3 e 4.

Uzá não pôde tocar na Arca, nem para ajudar caiu duro de morto. Morreu de culpa e medo.
Davi dançava diante dela, e também comeu do pão que não era pela lei permitido que se comesse e nada lhe aconteceu.

O que quero dizer com isto? Primeiro digo que Deus é o Deus de todos os indivíduos e não há ninguém na terra para cumprir o papel de vice-Deus. Também digo que na camuflagem evangélica só cresce mais doença como perversão. Como o tema é Tabu então nem se fala nele e nem se o abre, pois quem o faz vira leproso filho do inferno, etc...

O que acontece então? Os piores homossexuais que conheço são crentes. São os mais promíscuos e os mais tarados. São os que mais praticam o sexo casual e descomprometido dissolvendo cada vez mais suas almas e estragando de maneira horrível o seu ser sua alma!
Acabam se tornando capazes de votar numa “sessão” de “disciplina” pela condenação de um “colega de inclinação”— apenas porque o seu próprio caso ainda não ficou conhecido, ou jamais ficará; afinal, há muitos camaleões nas igrejas, tanto nos bancos, quanto também nos púlpitos!

No curso dos anos já encontrei todos os tipos de homossexuais na igreja, inclusive psicólogos, que são “rápidos no diagnóstico da doença”, até porque os iguais se identificam logo mas que têm “casos” com alguns de seus próprios clientes. Alguns psicólogos e psicólogas cristãos fazem assim. Não peça para eu mencionar nomes, seria um estrago! Jamais faria isto, não seria ético

O que creio é que tudo o que se manifesta é luz — conforme disse Paulo. Eu gostaria que todos os homens gostassem de mulher e que todas as mulheres gostassem de homem, conforme a ordem da criação. Infelizmente, nem sempre é assim.

O que eu faço? Bem, nunca encontrei um único homossexual que goste de sê-lo apenas por ser. A maioria “assumiu” mas gostaria de não ter tido que assumir. De fato, gostariam mesmo era de nem ter sentido “a coisa” nas entranhas da alma.

O que faço? Ajudo as pessoas a se enxergarem em Cristo. Mostro que Romanos 7 cabe tanto em “Paulo” como também em “Paula”. A dor é a mesma. Só os que não se enxergam é que pensam que as condições são diferentes aos olhos de Deus. Os homens fazem distinção entre pecado e pecado. Para Deus todos pecaram.

O que faço, então? Ajudo o individuo a chegar a Romanos 8. A livrar-se da condenação. Sem justificação não há paz e sem paz não cura ou apaziguamento psicológico para ninguém.
A culpa apenas aumenta o agravo e aprofunda a doença, e esta não é uma condição apenas de homossexuais mas também de qualquer outra condição humana. Eu não sou pecador porque peco, eu peco porque sou pecador!

O que tenho visto é que quando as pessoas são tratadas assim, na maioria das vezes, com o passar do tempo elas acabam se fazendo eunucos por amor ao reino de Deus. Mas como Jesus disse, nem todos estão aptos. E, a maioria não está apta nem para ouvir esta verdade, e eu não temo dizer o que digo, pois, seja Deus verdadeiro e eu mentiroso, mas a Palavra da verdade não pode ser falsificada por conveniências.

E como não creio que a salvação seja uma aptidão humana prego a Cruz e ajudo o individuo a caminhar pois creio no Espírito Santo e creio que todo aquele que ouviu a Voz do Chamado para crer deve crescer e se entender com Aquele que o chamou. Cada um ande conforme foi chamado, mas se tiver uma chance de libertação, que a abrace, conforme sugeriu Paulo em I Coríntios 7.

Aquilo que o homem semear, isto também ceifará. Portanto, quanto mais culpa, mais pendor para a carne e para a morte; e quanto mais fé e confiança na Graça de Deus, mais haverá pendor para a Vida. Se eu advogasse o homossexualismo como padrão, eu mesmo seria um deles. Todos mundo sabe, entretanto, que minha mais intrínseca vocação instintual segue em outra direção.

Isto torna as coisas mais fáceis para mim? É claro que não! Os que me julgaram e julgam que o digam!

O que sinto é compaixão e não julgo a alma de ninguém e nem me afasto de ninguém que seja “diferente”, desde que eu enxergue em sua “essência” a semelhança de Deus e, certamente, verei que ele não é diferente de mim nem para o bem e nem para o mal. Levai as cargas uns dos outros e assim cumprireis a lei de Cristo!

Haverá um limite para essa compaixão? Creio que não.

Há um limite para a ação ministerial de alguém que viva tal angustia na carne? Creio que sim!

Eu, por exemplo, não ordenaria ao ministério pastoral um homossexual, tanto quanto Paulo diz para não fazer de um bígamo, um bispo. E, por que? Ora, no mundo de Paulo a bigamia era normal como o é muitos lugares e culturas. E como o Evangelho é para todos — e cada um venha conforme foi chamado — então que seja para todos mesmo.

Todavia, Deus não criou Adão, Eva e Evita e nem tampouco Adão e Adamor. Portanto, indicar Adão e Eva como referencia relativa de saúde humana é o modelo do princípio. Adão e Eva pecaram, mas continuam a constituir o modelo humano de intimidade e vinculação.
No mais deixo Adão e Adamor ouvirem, crescerem, conviverem e se sentirem amados.

E sabe o quê? Ninguém piora quando é tratado assim! A verdade dá testemunho disto a meu favor. E, com certeza, ninguém vai querer que eu diga nomes. Jamais o faria, e os hipócritas sabem disso. Confiam na minha sinceridade nas confissões.

Daí, com a maior cara de pau, eu ver toda hora muita gente não dizer ou escrever certas coisas olhando nos meus olhos, mas ouço as bombásticas declarações que fazem para os outros com a cara mais pedrada. Esses sim, estão doentes e adoecendo a muitos.

A Graça de Deus não gera libertinagem nunca. E, se alguém não se ajudar e não for ajudado na Graça do Espírito do Evangelho de Cristo não o será por mais ninguém e por nenhum outro poder da Terra.

Mas nem tudo acontece no “tempo e nos prazos” da igreja. Tem-se que ter amor, paciência e graça para andar com os irmãos nisto incluo a mim e você. Com todo carinho e com todo o amor da Cruz é que digo tudo o que digo. E que ninguém ponha em minha boca o que eu não disse.

Quem o fizer entenda-se com o Juiz de Vivos e de Mortos, que também é o Senhor de todos os viventes.

Em Cristo, o salvador de ladrões e amigo de pecadores,


Oliveira de Araújo

sábado, 3 de julho de 2010

O que é felicidade

Vejo muitas pessoas que consideram que o objetivo pelo qual foram criadas por Deus é encontrar a tal da felicidade. E obviamente tais pessoas sofrem decepções seguidas em suas vidas, simplesmente por que convivem com um sentimento de prejuízo; já que na prática a felicidade vinculada a satisfação de nossos desejos raramente é alcançada.

Mas biblicamente é explícito que Deus não tem compromisso algum com nossa felicidade. Deus nos ignora completamente e faz questão de frustrar nosso desejos. Nosso Senhor é o grande estraga prazeres. E nós seremos eternamente alheios aos planos de Deus enquanto não compreendermos o real sentido da vida.

O objetivo pelo qual cada um de nós foi criado é DAR A SUA VIDA EM FAVOR DE OUTROS. E apenas quem compreende tal coisa irá encontrar a verdadeira felicidade que acompanha aqueles que discerniram seu chamado e vocação. Portanto, não faz diferença se as pessoas que você é obrigado a suportar colaboram ou não com seus planos. Independente do grau de dificuldade, não há outra coisa a ser feita senão cumprir cabalmente a ordem de nos relacionarmos. E não nos esforçamos para sermos “bonzinhos” para alcançar o céu. Na verdade apenas aqueles que já compreendem que são cidadãos do céu é que não conseguirão evitar o dar tudo de si mesmo.

Somente seremos mais que vencedores quando aprendermos a perder em favor daqueles que não merecem. E não é difícil encontrar tais pessoas, pois raramente alguém merece algo de bom.

Devido ao fato de todos estarmos debaixo da vontade divina com relação a nossa “data de validade”, cabe a nós naturalmente rapidamente expressarmos qual o propósito de nossa existência. Aqueles que irão se perder, rapidamente expressando a perdição em cada respiração. E aqueles que serão salvos, progredindo no sentido do único caminho.

Morrer por uma causa é nobre, mas a morte só é digna quando aprendemos a viver pelo que verdadeiramente vale a pena.

E nós que somos salvos não podemos resistir. Morreremos em plena felicidade por que sabemos que nossa pátria não é deste mundo. Não importa o quanto o fogo queime. A lenha logo acaba; e a VIDA ETERNA se revela com toda a sua plenitude.

Ariovaldo Ramos
FONTE: www.ariovaldo.com.br

O beijo do todo-poderoso

Por Paulo Brabo, em Bacia das Almas

Toda história da revelação é a da conversão progressiva de um Deus visto como Deus de poder a um Deus adorado como amor. E dizer que Deus é amor é dizer que Deus é todo amor.

Tudo está neste “É TODO”. Eu os convido a passar pelo fogo da negação, pois só além dele é que a verdade realmente se destaca. Deus é Todo-poderoso? Não. Deus é todo Amor, não me venham dizer que ele é Todo-poderoso. Deus é infinito? Não, Deus é todo Amor, não me falem de outra coisa. Deus é sábio? Não. Eis o que chamo atravessar o fogo da negação: é absolutamente necessário passar por isso. A todas perguntas a mim dirigidas, responderei: não! não! Deus é todo Amor.

Dizer que Deus é Todo-poderoso é propor como pano de fundo um poderio que se pode exercer pela dominação, pela destruição. Há seres suficientemente poderosos para a destruição (vejam Hitler, que matou seis milhões de judeus). Muitos cristãos propõem o Todo-poderoso como pano de fundo e depois acrescentam: Deus é amor, Deus nos ama. Isso é falso! O amor é que é todo-poderoso.Se Deus é Todo-poderoso, ele o é pelo amor, o amor é que é Todo-poderoso.

Às vezes dizemos: “Deus pode tudo!” Não, Deus não pode tudo, Deus só pode o que o amor pode. Pois ele é todo amor. E todas as vezes que saímos da esfera do amor erramos sobre Deus e estamos em vias de fabricar algum tipo de Júpiter.

Espero que vocês captem a diferença fundamental que há entre um todo-poderoso que nos ama e um amor todo-poderoso. Um amor todo-poderoso não só é incapaz de destruir seja o que for, como é capaz de enfrentar a morte.

Em Deus não existe outro poder além do poder do amor, e Jesus nos diz (ele é que nos revela quem é Deus): “Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a vida por seus amigos” (João 15:13). Ele nos revela o poder total do amor ao consentir em morrer por nós. Quando Jesus, no Jardim das Oliveiras, foi flagrado pelos soldados, preso e amarrado, ele mesmo nos disse que poderia ter apelado para legiões de anjos, que o arrebatariam das mãos dos soldados. Absteve-se de fazê-lo, pois nos teria assim revelado um falso Deus, teria revelado um todo-poderoso, ao invés de nos revelar o verdadeiro, aquele que vai até a morte pelos que ama. A morte de Cristo nos revela o que é o poder total de Deus; não um poder de esmagamento, de dominação; não é um poder arbitrário, do qual diríamos: “Que estará ele tramando lá em cima?” Não, ele é todo amor, e esse amor é todo-poderoso.

Reintegro os atributos de Deus (poder absoluto, sabedoria, beleza…), mas esses são atributos do amor. Daí a fórmula que lhes proponho: “O amor não é um atributo de Deus, entre outros, mas os atributos de Deus são os atributos do amor”.

O amor é todo-poderoso.

O amor é sábio.

O amor é belo.

O amor é infinito.

Que é um amor todo-poderoso? É aquele que atinge o ápice do amor. E o poder total do amor é a morte: ir até o ápice do amor é morrer por quem se ama. É igualmente perdoá-lo. Se há entre vocês quem haja passado pela dolorosa experiência de uma rixa em família, ou num grupo de amigos, saberá até que ponto é difícil perdoar verdadeiramente. É preciso um amor rudemente poderoso para perdoar, perdoar realmente. É preciso o poder de amar!

[...]

E podem torcer as coisas como quiserem, mas o amor é dom e uma acolhida. O beijo é um belo símbolo de amor: é ao mesmo tempo sinal de dom e de acolhida. Um beijo não acolhido não é verdadeiramente um beijo. Uma estátua de lábios de mármore não recebe beijos, só lábios vivos. E lábios vivos são os que acolhem e dão ao mesmo tempo. O beijo é um gesto admirável e, exatamente por isso, é preciso não prostitui-lo, não brincar com ele; é preciso preservá-lo como sinal de algo extremamente profundo (e aqui chegamos ao âmago de tudo o que a Igreja pensa em matéria de moral sexual). O beijo é troca de sopros que significa a troca de nossas profundezas; sopro-me em ti, expiro-me em ti, aspiro-te em mim, de tal modo que estou em ti e tu em mim.

Ou seja, descentro-me para que meu próprio centro não mais me pertença; de agora em diante, sejas tu o meu núcleo. A ti é que amo, a ti que és meu centro, vivo para ti e por ti; sei que tu também te descentras, não és mais o centro para ti mesmo, estás centrado em mim. Estou centrado em ti, vivo por ti. Estás centrado em mim, vives por mim e vivemos os dois um pelo outro. Amar é viver para outro (dom) e viver pelo outro (acolhida). Amar é renunciar a viver em si, por si e para si.

Eis o mistério da Trindade: se o amor é acolhida, é necessário que haja diversas pessoas em Deus. Ninguém se dá a si mesmo, nem a si mesmo acolhe. A vida de Deus é essa vida de acolhida e dom. O Pai é movimento para o Filho. Ele não é senão pelo Filho. São realmente os filhos que dão às mulheres a condição de mães; sem eles, não o seriam. Ora, o Pai, sendo paternidade, não o é senão pelo Filho. O Filho é Filho para o Pai e pelo Pai. E o Espírito Santo é o beijo entre eles.

Sendo essa a vida de Deus – de acolhida e dom –, se devo tornar-me o que Deus é, não desejarei ser um ser solitário. Se sou um solitário, não me assemelho a Deus. E se não me assemelho a Deus, a questão de compartilhar eternamente de sua vida não me será proposta. É a isto que se chama pecado: não assemelhar-se a Deus, não tender a tornar-se o que ele é, dom e acolhida.

François Varillon
em Crer para viver

quinta-feira, 27 de maio de 2010

O “JESUS” QUE JESUS NÃO CONHECE!

A encarnação de um evangelho que é a negação do ensino de Jesus!

Todos os dias encontro pessoas que vivem como bem entendem, mas desejam assim mesmo as bênçãos do Evangelho.

O ardil é simples:

A pessoa não lê a Palavra [exceto em reuniões públicas e a fim de basear o discurso de algum pregador], não conhece Jesus [exceto como nome poderoso nas bocas dos faladores de Deus], não ora [exceto dando gritos de apoio às orações coletivas], não pratica a Palavra [exceto a palavra do profeta do grupo, ou do bispo ou autoridade religiosa da prosperidade ou da maldição], não se compromete com o Evangelho [exceto como dízimo e dinheiro no “Banco de Deus”: a “igreja”]; e, de Jesus, nada sabe; pois, de fato, nada Dele experimenta [exceto como medo].

Entretanto, a pessoa fica pensando que o Evangelho que ela nem sabe o que é haverá de abençoá-la em razão de que ela está sempre no “endereço de Deus”: o templo da “igreja”.

Assim, vivem como pagãos em nome “de um certo Jesus” que não é Jesus conforme o Evangelho; e, mesmo assim, seguem “um evangelho” que não é Evangelho, para, então, depois de um tempo, acharem que o Evangelho não tem poder, posto que acham que já o provaram e de nada adiantou; sem saberem que de fato deram suas vidas a uma miragem, a um estelionato, a uma fantasia de “Deus”.

Milhões pronunciam o nome de Jesus, mas poucos o conhecem numa relação pessoal!

Na realidade o que vejo são pessoas estudando teologia sem conhecerem a Deus; entregando-se ao ministério sem experiência do amor de Deus em si mesmas; brigando pela “igreja” [como grupo de afinidades] sem amarem o Corpo de Cristo em seu real significado; pregando “a mensagem da visão da igreja” julgando que tem algo a ver com a Palavra de Jesus [apenas porque o nome “Jesus” recheia os discursos].

E mais: os que aparentemente sabem o que é o Evangelho e quais são as suas implicações, ou não querem as implicações para as suas vidas pessoais, ou, em outras ocasiões, não querem a sua pratica em razão de que ela acabaria com o “poder” de bruxos que exercem sobre o povo.

Assim, vão se enganando enquanto enganam!

O final é trágico: vivem sem Deus e ensinam as pessoas a viverem na mesma aridez sem Deus na vida!

O amor à Bíblia como livro mágico acabou com o amor à Palavra como espírito e vida!

Não se lê mais a Palavra. As pessoas levam a Bíblia aos “cultos” apenas para figurar na coreografia e na cenografia da reunião — nada mais!

Oração em casa, sozinho, com a porta fechada, e como algo do amor e da intimidade com Deus, quase mais ninguém pratica!

Ora, enquanto as pessoas não voltarem a ler a Palavra, especialmente o Novo Testamento, jamais crescerão em entendimento e jamais provarão o beneficio do Evangelho como Boa Nova em suas vidas.

Há até os que depois de um tempo julgam que o Evangelho é fracassado em razão da “igreja” estar fracassada.

Para tais pessoas a “igreja” não é apenas a “representante de Deus”, mas, também, é o próprio Evangelho!

Que tragédia: um Deus que se faz representar pelo coletivo da doença do “Cristianismo” e que tem “igreja” a encarnação de um evangelho que é a própria negação do ensino de Jesus!

O que esperar como bem para tal povo?

Ora, se não tiverem o entendimento aberto, o que lhes aguarda é apenas frustração, tristeza e profundo cinismo.

Quem puder entender o que aqui digo, faço-o para o seu próprio bem!

Nele, que não é quem dizem que Ele é,

Caio

Música no Mundo = Música do Mundo?

Alegria sempre!

Há alguns dias atrás, estive participando de uma entrevista organizada via e-mail pelo amigo e jornalista João Neto – do portal Guia-me – e logo em seguida compartilhei com os confrades do Palavrantiga o resultado desse bate papo. Com muito entusiasmo eles me incentivaram a postar aqui, no nosso sítio, o conteúdo integral da conversa.

Na esperança de compartilhar boa nova, desejo uma boa leitura para todos.

Abraço demorado.

Marcos Almeida

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J.N. O que te vem à mente quando se fala em “música do mundo”? E “música secular”?

M.A. Antes de qualquer outra palavra, acredito que é bom contextualizar a pergunta. Pois não é comum no meio cristão evangélico raciocinar a respeito do seu próprio sistema de pensamento, ou seja, perguntar por que se usa certos jargões tais como “música do mundo” ainda é mexer em estruturas culturais, é mexer no costume de um povo que já se habituou a repetir sem analizar, adotar vocabulários sem questionar origem, em fim, como todo povo sobre a face da terra, os evangélicos têm nos seus usos e costumes um ‘baú de herança’ pelo qual todos os adeptos devem lutar afim de manter tal tradição, empacotada, intacta até a próxima geração.
Não existe nada de mal nisso.É apenas uma constatação daquilo que é natural em qualquer sociedade que não considera a reflexão como instrumento útil para o crescimento da consciência rumo a uma visão mais completa da realidade. Mesmo que isso queira dizer, em certo momento, perder certas crenças para ganhar outras mais amplas.

Dito essas duas coisas vamos então mexer nos símbolos dessa cultura com todo o respeito:

Se nessa situação a gente considerar o termo “mundo” igual a “sistema simbólico pagão” ou “sistema secular” e música como “som e silêncio organizados expressivamente para que alguém ouça”, dificilmente o sujeito que não seja pagão vai gostar de ouvir tal música secular! Alguns mais radicais não vão querer ouvir nem por curiosidade de descobrir o que passa na alma do outro que não é da sua tribo. Pois alguns evangélicos admitem ouvir música secular no próposito que é: entender o pagão. No intuíto que é: ouvir o não crente revelar aquilo que o faz crer. Outros ainda ouvem sem considerar o valor simbólico e pragmático da letra secular, ouvem pelo som. Estes já abstraíram qualquer discurso, preferem apenas o som ao sentido rígido das palavras: é a música pela música.

Desde aquele que diz não ouvir música secular, como também o que ouve afim de analisar psicologicamente o outro, até aquele que deseja apenas sentir o som, a verdade mais crua é que todos ouvem música do mundo! A diferença é que para alguns tal som é um ensurdecedor ruído e para outros é expressão de beleza. E olha, todos esses grupos de posições tão divergentes creem em Jesus Cristo como salvador.

Eu enquanto músico cristão, compositor e professor penso que a arte que eu faço é naturalmente NO mundo mas não é DO mundo. Isso quer dizer que não me insiro em nenhum desses grupos acima colocados, pois o paradgma acaba sendo outro – obviamente me pauto em João 17, na oração de Jesus. Uma arte no mundo é bem diferente de uma arte do mundo. Quando procuro um filme para assistir,ou uma literatura,como também uma música, sempre busco uma expressão sincera que seja no mundo. Pois uma expressão artística que negue estar no mundo desconsidera o lugar onde seus pés estão fincados. Quem deseja uma música que não seja NO mundo talvez não queira de fato continuar vivendo por esses lados aqui da Terra.

J.N. É possível ouvir músicas que não sejam especificamente denominadas como evangélicas (ou “gospel”) e ser edificado com isso?

M.A.
Perfeitamente!Claro que sim! Pois a música mundana pode inadvertidamente ser chamada de Gospel e aí não é um selo, ou uma marca cristã que preserva uma confissão sadia. Todos sabem disso! A Boa Nova não está restrita a uma cerca construída pelos parâmetros mercadológicos ou doutrinários, a Boa Nova ultrapassa fronteiras. A Boa Nova é um caminho e não um limite.

J.N. A música pode fazer bem ao ser humano, simplesmente pelo fato de ser música e ser feita com sentimento?


M.A. Se você folhear alguma revista de medicina dos últimos 30 anos vai poder encontrar algum artigo ressaltando o valor terapêutico da música. Muitos hospitais brasileiros já têm musicoterapia como um dos seus mais queridos serviços, principalmente na reabilitação de pessoas traumatizadas fisicamente.

J.N. Sabe-se que há grupos musicais que não se denominam “gospel”, mas em suas músicas falam sobre princípios cristãos como o amor, o respeito ao próximo, a peservação do meio ambiente, etc. Na sua opinião, essa também é uma forma de edificar aqueles que os ouvem?

M.A.
Penso que não exista uma canção que seja neutra, que não queira falar sem se mostrar. É impossível! Até aquele que compõe no propósito de deixar um discurso desconexo para o ouvinte, uma coisa nublada, muito descomprometida, já tem aí uma intensão, a intensão de não ser objetivo. Como diz uma escritora mineira: diante do ouvinte, todo artísta sincero acaba se confessando publicamente. Então, não é tão raro encontrarmos confissões de artístas não carimbados pelo selo Gospel que são verdadeiras declarações de amor pela Vida, à criação, ao próximo. Como disse anteriormente, a partir do momento que você começa a pensar esse assunto por outro paradgma que não seja o comercial ou religioso vai conseguir ouvir muita música No mundo que não é Do mundo, não é Gospel nem Carismática e mesmo assim confessa publicamente a Boa Nova para todos os homens! Pois verdadeiramente o Evangelho não é uma fronteira construída pelos costumes de um povo. O Evangelho é um Caminho, é uma direção, é um vento que atravessa os limites de uma cultura e pode sim inspirar muita música neste mundo grande e misterioso!

Marcos Oliveira de Almeida

12 de Novembro 2009

Belo Horizonte


FONTE: www.palavrantiga.com.br

quarta-feira, 12 de maio de 2010

COMO SER ESPIRITUALMENTE INTELIGENTE

Este artigo foi despertado, numa tarde de domingo, pelo deslocamento da minha mente em direção às video-propagandas da Apple Computadores. São muito engraçadas. Mas enquanto eu ponderava sobre Mac versus PC (principais produtos da Apple e da Microsoft, respectivamente), comecei a perguntar a mim mesmo se estava sendo seduzido a me afastar de ser espiritualmente inteligente. Eu acredito que é possivel pensar sobre computadores de uma maneira espiritual. Mas eu estava fazendo isso? Ou eu estava sendo levado para a corrente do super-fascinante e do desejo que faz com que Deus pareça distante, a Bíblia sem atrativos, o céu irrelevante e o inferno inconcebível? Foi um momento crítico. Deus me agarrou.

Ser espiritualmente inteligente é um caso de vida ou morte. Paulo diz em Romanos 8:6 (Bíblia NVI), “Porque a mentalidade da carne é morte, mas a mentalidade do espírito é vida e paz.” A frase “mentalidade do espírito”[1] traduz uma frase substantiva, phronéma tou pneumatos – “atividades mentais do Espírito.” Não há uma única palavra boa em português equivalente a phronéma. Não é só a “mente” mas também a “atitude”. E não é só a “atividade mental” mas também o “usar a atitude”. É a estrutura e disposição da nossa mente. Para dizer que nós temos “phronéma” do espírito é dizer que o Espírito está moldando nosso pensar e fazer de acordo com Si mesmo. Isso exalta Cristo, valoriza Deus, trata com carinho a Palavra de Deus e vê as pessoas/coisas com uma consciência implacável de Deus.

Eu desejo ser espiritualmente inteligente o tempo todo. Eu quero ver o mundo com olhos espirituais – computadores e tudo mais. Portanto, parei de encarar os computadores e escrevi as estratégias seguintes para ser e permanecer espiritualmente inteligente. Eles não estão em nenhuma ordem particular. Somente como vieram até mim com alguns ajustes.

Perceba que a sua natureza externa está a se desgastar e que a natureza interna tem que ser renovada para se mentalizar nas coisas do alto


Por isso não desanimamos. Embora exteriormente estejamos a desgastar-nos, interiormente estamos sendo renovados dia após dia, pois os nossos sofrimentos leves e momentâneos estão produzindo para nós uma glória eterna que pesa mais do que todos eles. Assim, fixamos os olhos, não naquilo que se vê, mas no que não se vê, pois o que se vê é transitório, mas o que não se vê é eterno.

(2Co 4:16-18 NVI)

Tome medidas radicais para manter a mente pura.

“Vocês ouviram o que foi dito: ‘Não adulterarás’. Mas eu lhes digo: qualquer que olhar para uma mulher para desejá-la, já cometeu adultério com ela no seu coração. Se o seu olho direito o fizer pecar, arranque-o e lance-o fora. É melhor perder uma parte do seu corpo do que ser todo ele lançado no inferno.

(Mat 5:27-29 NVI)

Torne Deus a satisfação de todas as suas alegrias

Então irei ao altar de Deus, a Deus, que é a minha grande alegria, e com harpa te louvarei, ó Deus, Deus meu.

(Slm 43:4 ACF)

Literalmente, a frase “minha grande alegria” é “satisfação da minha alegria”[2] Falo isso porque quero dizer que em todas as nossas alegrias Deus deveria de ser a satisfação da alegria. Cada alegria deveria ser uma alegria em Deus. Se uma alegria não puder oferecer um sabor de quem Deus é, e ser ainda mais gozada por isso, então ela é alegria não-espiritual.

Ver cada pessoa que conhecemos como os veríamos a cem anos de agora.

“Chegou o dia em que o mendigo morreu, e os anjos o levaram para junto de Abraão. O rico também morreu e foi sepultado. No Hades, onde estava sendo atormentado, ele olhou para cima e viu Abraão de longe, com Lázaro ao seu lado.

(Lucas 16:22-23 NVI)

De modo que, de agora em diante, a ninguém mais consideramos do ponto de vista humano. Ainda que antes tenhamos considerado a Cristo dessa forma, agora já não o consideramos assim.

(2Co 5:16 NVI)

Reflita que em cada momento, mesmo o mais feliz, existe miséria e lamento em 10.000 lugares, alguns muito perto.

Isso não mataria todas as nossas alegrias? Melhor ser verdadeiro e triste do que feliz e falso. Mas eu penso que não temos que escolher. Verdadeiro, feliz e lamentável é possível. Por isso é que Paulo diz “contristados mas sempre alegres” (2 Coríntios 6:10). Ouçam esta história de partir o coração que David Brickner (líder dos “Judeus para Jesus”) conta:

Alguns meses atrás estava voando de volta para casa de uma reunião, quando um homem que estava sentado atrás de mim começou a arfar para respirar. Um anúncio pelos interfones do avião começou a chamar por um médico. Em breve um médico e algumas enfermeiras chegaram ao lado do homem, mas sem nenhum proveito. Eu comecei a orar por esse homem e sua esposa, que estava sentada ao lado dele. O piloto anunciou que devido a uma emergência média o avião iria aterrar em Edmonton. Eu podia ouvir a atividade atrás de mim se agravar enquanto o médico e as enfermeiras revezavam para fazer a reanimação. Se nunca esteve perto de uma pessoa que está morrendo apesar desses esforços, eu posso assegurar a vocês que não é muito pior do que vemos na televisão. O som do ar sendo forçado a sair dos pulmões de um ser humano, os sons e cheiros do anúncio de morte eram horrendos. Eu ouvi o médico pronunciar, “Hora de morte, 10:25 A.M.”

E depois o piloto anunciou que a situação do passageiro tinha se “estabilizado,” e assim poderíamos continuar para São Francisco. Eu não sei quantas pessoas perceberam o que tinha sido anunciado como se ja passagem da emergência foi realmente um anúncio coberto com um véu da morte deste homem. Certamente aqueles de nós ao pé dele saberiam. As comissárias de bordo puxaram um cobertor sobre a cabeça dele. A esposa, ainda ao lado dele, estava chorando e gemendo. E depois as comissárias começaram a passar pelos corredores… servindo almoço! Almoço!? Como alguém poderia comer naquela cabine depois do que tinha acabado de acontecer? Mas eles comeram.

(Judeus para Jesus, Newsletter, Novembro 2006, página 1)

Essa é uma parábola do mundo a qualquer tempo. Alguns estão almoçando e milhares se lamentando. Essa história nos ajuda a lembrar disso quando somos levados para longe da realidade com uma propaganda de computador.

Lembre o alerta de Jesus sobre o que sufoca a vida espiritual: preocupações, riquezas e os prazeres da vida.

As que caíram entre espinhos são os que ouvem, mas, ao seguirem seu caminho, são sufocados pelas preocupações, pelas riquezas e pelos prazeres desta vida, e não amadurecem.

(Luc 8:14 NVI)

As preocupações desta vida, o engano das riquezas e os anseios por outras coisas, sufocam a palavra, tornando-a infrutífera.

(Mar 4:19 NVI)

Reflita no que cheira bem a Deus e o que O faz se deliciar!


E vivam em amor, como também Cristo nos amou e se entregou por nós como oferta e sacrifício de aroma agradável a Deus.

(Efs 5:2 NVI)

Porque para Deus somos o aroma de Cristo.

(2Co 2:15 NVI)

Não é a força do cavalo que lhe dá satisfação, nem é a agilidade do homem que lhe agrada; o Senhor se agrada dos que o temem, dos que colocam a esperança no seu amor leal. (Slm 147:10-11 NVI)

Seja amigo de pessoas espiritualmente inteligentes.


Aquele que anda com os sábios será cada vez mais sábio, mas o companheiro dos tolos acabará mal.

(Prv 13:20 NVI)
Não se deixem enganar: “as más companhias corrompem os bons costumes”. (1Co 15:33 NVI)

Leia autores embriagados de Deus[3], espiritualmente inteligentes.

Por exemplo, leia os sermões de Jonathan Edwards e John Owen no 7º Volume de seus “Trabalhos” (Works), em “Da Inteligência Espiritual/Da Inclinação Para A Espiritualidade” (On Spiritual Mindedness). Aqui estão alguns exemplos de alguns títulos de sermões do 25º Volume dos “Trabalhos” de Edwards na edição da Yale, só para lhe dar um sabor de como as coisas eram diferentes naqueles dias:

“A grande preocupação de um vigia/sentinela de almas”
“A beleza da piedade na juventude”
“O casamento da Igreja com os seus filhos e com o seu Deus”
“Ofereça-se à Palavra de Deus, ou seja quebrado ela Sua mão”
“Fé salvadora e obediência cristã procedem do amor de Deus[4]”
“A paz que Cristo dá aos seus verdadeiros seguidores”
“A desumanidade para Deus”
“Cristo está para o coração como um rio está para uma árvore plantada à beira dele”
“Deus é infinitamente forte”

Considere sua vida que muito em breve estará sem um corpo.

Temos, pois, confiança e preferimos estar ausentes do corpo e habitar com o Senhor.

(2Co 5:8 NVI)

Quão agarradas estão as suas alegrias ao seu corpo?

Pense em como a vida é curta.

Pois, “toda a humanidade é como a relva, e toda a sua glória, como a flor da relva; a relva murcha e cai a sua flor, mas a palavra do Senhor permanece para sempre”. Essa é a palavra que lhes foi anunciada.

(1Pe 1:24-25 NVI)

Peça inteligência espiritual

Satisfaze-nos pela manhã com o teu amor leal, e todos os nossos dias cantaremos felizes.

(Slm 90:14 NVI)

Os salmistas oram frequentemente pelo coração e mente que eles desejam ter.

Lembre que você morreu com Cristo e crucificou a carne.

Os que pertencem a Cristo Jesus crucificaram a carne, com as suas paixões e os seus desejos.

(Gál 5:24 NVI)

A chave mais básica para a inteligência espiritual é a profunda certeza de que você realmente morreu e ressuscitou com Cristo e que está perdoado e justificado nele.

Aceite o sofrimento designado por Deus como uma disciplina para produzir inteligência espiritual.

Irmãos, não queremos que vocês desconheçam as tribulações que sofremos na província da Ásia, as quais foram muito além da nossa capacidade de suportar, a ponto de perdermos a esperança da própria vida. De fato, já tínhamos sobre nós a sentença de morte, para que não confiássemos em nós mesmos, mas em Deus, que ressuscita os mortos.

(2Co 1:8-9 NVI)

Suportem as dificuldades, recebendo-as como disciplina; Deus os trata como filhos. Pois, qual o filho que não é disciplinado por seu pai? Se vocês não são disciplinados, e a disciplina é para todos os filhos, então vocês não são filhos legítimos, mas sim ilegítimos. Além disso, tínhamos pais humanos que nos disciplinavam, e nós os respeitávamos. Quanto mais devemos submeter-nos ao Pai dos espíritos, para assim vivermos! Nossos pais nos disciplinavam por curto período, segundo lhes parecia melhor; mas Deus nos disciplina para o nosso bem, para que participemos da sua santidade. Nenhuma disciplina parece ser motivo de alegria no momento, mas sim de tristeza. Mais tarde, porém, produz fruto de justiça e paz para aqueles que por ela foram exercitados.

(Heb 12:7-11 NVI)

Vá ao hospital para orar com um homem moribundo

É melhor ir a uma casa onde há luto do que a uma casa em festa, pois a morte é o destino de todos; os vivos devem levar isso a sério!

(Ecl 7:2 NVI)

Eu fiz isso semana passada e teve, como sempre, um efeito sóbrio e assoprou para longe muito do materialismo, mundanismo da minha mente.

Arrisque ser visto como tolo e esquisito.

Basta ao discípulo ser como o seu mestre, e ao servo, como o seu senhor. Se o dono da casa foi chamado Belzebu, quanto mais os membros da sua família!

(Mat 10:25 NVI)

Perceba que milhões de pessoas de outras religiões do mundo não estão à procura de pessoas com mais calculismo norte-americano ou de sabichões tecnológicos. Elas estão à procura de um “homem sagrado”, um “homem de Deus”.

A pergunta não será, “Ele raciocina rápido, é super-inteligente, comunicativo e esperto? A pergunta será: “Ele ora muito? Ele conhece o seu Livro sagrado, muito dele de cor? Ele é abnegado[5] e focado em Deus? Ele é poderoso na sua fraqueza?”

Desejando ser espiritualmente inteligente com você,

Pastor John

Traduzido por: Thiago Simões Lacerda


__________________________

[1] Bíblia ACF: inclinação do espírito. ARA: pendor do espírito. NTLH: pessoas que tem a mente controlada pelo Espírito de Deus.

[2]
Gladness of my joy. Na Bíblia NVI: “fonte da minha plena alegria”.

[3] Nota do tradutor: God-besotted – bêbados, inebriados, loucos por Deus. “Não se embriaguem com vinho, que leva à libertinagem, mas deixem-se encher pelo Espírito” (Efs 5:18 NVI)

[4] Godly love: amor piedoso.

[5] Self-denying: altruísta

domingo, 2 de maio de 2010

Evangelizar ou fazer prosélitos?

por Costa Moreira

Uma busca pela Wikipedia e encontramos a seguinte definição sobre o que é proselitismo: "O proselitismo é o intento, zelo, diligência, empenho ativista de converter uma ou várias pessoas a uma determinada causa, ideia ou religião". Buscando por evangelização, encontramos: "Evangelismo ou Evangelização é a pregação do Evangelho Cristão e, por extensão, qualquer forma de pregação e proselitismo, com fins de adquirir adeptos, produzir conversão ou mudanças de hábitos, crenças e valores". Percebe-se uma clara confusão entre os dois conceitos: evangelizar e fazer prosélitos, como se fossem sinônimos. Não são.

Ainda na Wikipédia, encontramos uma outra definição para evangelizar: "é fazer a Palavra de Deus chegar ao conhecimento do povo". Mas para fazer a Palavra de Deus chegar ao conhecimento do povo é preciso mesmo converter alguém a alguma religião? Afinal, a qual religião Jesus convertia as pessoas em suas pregações sobre o Pai? Quem acredita na Bíblia como a infalível Palavra de Deus, não pode deixar de ler: "A religião pura e imaculada diante de nosso Deus e Pai é esta: Visitar os órfãos e as viúvas nas suas aflições e guardar-se isento da corrupção do mundo" (Tiago 1-27). E pare de fazer proselitismo e vá evangelizar!

Evangelizar transcende o "ser o evangelho". Até porque nenhum de nós "é" plenamente o Evangelho. Quem pensa em si mesmo como santo, ainda assim, faz proselitismo. Sobre proselitismo, que é confundir a Palavra de Deus (Evangelho) com os dogmas de sua própria religião, assim disse Jesus: "Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! porque percorreis o mar e a terra para fazer um prosélito; e, depois de o terdes feito, o tornais duas vezes mais filho do inferno do que vós" Mt 23-15.

O primeiro passo para se tornar um verdadeiro evangelizador é abdicar da falsa santidade, aquela das mãos sempre ao alto e corações eternamente elevados. Somos humanos; em alguns momentos sentimos raiva, em outros sentimos alegria. Algumas vezes somos mesquinhos, em outras generosos. Não podemos pretender sermos santos todo o tempo. A questão é: como lidaremos com aqueles momentos em que nos distanciamos do Pai, seja pela raiva ou qualquer outro sentimento negativo? Como poderemos minimizar tais sentimentos e sensações usando o que aprendemos com o mestre Jesus? E como ensinaremos isto ao irmão? Eis aí a chave da verdadeira evangelização. Então, após tirarmos de nossas costas o peso da santidade forçada imposta pela religião, sobra o que interessa: o remédio, a cura para as nossas feridas. E esta cura é a vontade verdadeira do Pai ensinada por Jesus.

Vamos imaginar uma criança sapeca, daquelas que aprontam de tudo. O Evangelho não é a corrente e o cadeado que a prenderá a uma pilastra para que nunca venha a se ferir. O Evangelho é o bálsamo, o unguento, o remédio que será passado em suas feridas para que elas possam cicatrizar. E espera-se que a criança aprenda com aquele machucado e não mais volte a se ferir. Não por outra razão, Jesus afirmou que veio para os pecadores e não para os santos.

Em vez de pretender "ser" o Evangelho, vamos "vivenciar" e "praticar" a Palavra de Deus. E não se trata de uma questão meramente semântica, pois ensinar como praticar a vontade de Deus, que é a verdadeira evangelização, me parece bem melhor que justamente tentar ensinar alguém a ser o que, seguramente, nós mesmos nunca conseguiremos ser.

FONTE: mateus23.blogspot.com

A história de Zac Smith

terça-feira, 27 de abril de 2010

Comunidade dos chatos

Por Ariovaldo Ramos

Em um mundo de relacionamentos descartáveis, se torna cada vez mais difícil atenuar o sentimento de tédio que é comum a todos os seres humanos a partir de uma certa idade. E é fato que as igreja criar programações aos sábados (que muitas vezes são verdadeiros programas de índio) simplesmente para ocupar a mente daqueles que ainda sentem prazer no relacionamento, demonstra o quanto nos privamos dos melhores prazeres que deveriam ser expontâneos na vida; como por exemplo a autêntica COMUNHÃO.

A dificuldade de lidar com pessoas casadas é a tendência que estas possuem em se segregarem das pessoas solteiras, a começar pelo tipo de atividade que preferem se envolver. Parece que as únicas opções existentes, necessariamente envolvem comida e possuem como variação apenas o local: se é na sua casa ou na minha.

Os programas dos solteiros também não são lá essas coisas. Quando não conhecíamos a Cristo, havia prazer em cada conversa com amigos, discutindo o impossível e frequentando lugares não-confortáveis; simplesmente pelo prazer de podermos nos socializarmos com pessoas diferentes. Mas, uma vez que tais pessoas passam para “o lado de cá”, entram para um círculo vicioso que envolve comida e filmes. E os tais ainda criticam os casados por não os acompanharem.

Independente de se somos casados ou solteiros, por que a vida social da maioria dos cristãos está delimitada por atividades rotineiras, previsíveis e desanimadoras? Por que nos tornamos a Comunidade dos Chatos, testemunhas vivas de como é preciso sair de tudo que é divertido para ser cristão? Sinceramente não compreendo isto.

Talvez a resposta esteja em como lidamos com a cultura deste mundo. A cultura é um pilar indispensável das relações sociais e quem a despreza acaba vivendo como se pretendesse sair deste planeta. Obviamente esta é uma decisão idiota, que filia pessoas todos os dias na Comunidade dos Chatos.

Estou cansado de gente que perdeu seu vigor no começo da caminhada. Preciso de desafios e preciso agora. Simplesmente por que as “belezas” deste mundo podem até parecerem atraentes, mas sei que não são para mim.

Não quero e nem vou fazer parte da Comunidade dos Chatos.
Prefiro vadiar por este mundo infernal, em busca de novos amigos.

Quem sabe seja possível encontrar pessoas que tenham a mesma sede da verdadeira COMUNHÃO.

FONTE: ariovaldo.com.br

Jesus - por C.S.Lewis

"Um homem que fosse somente um homem e dissesse as coisas que Jesus disse não seria um grande mestre da moral. Seria um lunático - no mesmo grau de alguém que pretendesse ser um ovo cozido — ou então o diabo em pessoa. Faça a sua escolha. Ou esse homem era, e é, o Filho de Deus, ou não passa de um louco ou coisa pior. Você pode querer calá-lo por ser um louco, pode cuspir nele e matá-lo como a um demônio; ou pode prosternar-se a seus pés e chamá-lo de Senhor e Deus. Mas que ninguém venha, com paternal condescendência, dizer que ele não passava de um grande mestre humano. Ele não nos deixou essa opção, e não quis deixá-la."

(C.S.Lewis - Cristianismo Puro e Simples)

sexta-feira, 23 de abril de 2010

ESPÍRITO DE PROSTITUIÇÃO E DE ADULTÉRIO: UM FENÔMENO GLOBAL!

Jesus disse que nos acautelássemos das conseqüências da embriaguês, da orgia e das preocupações deste mundo. Ele disse isto pois a energia liberada pelo mundo afora em razão de tais práticas, haveriam de se tornar uma “pulsão global” no últimos dias.
Com isto Jesus não se referia à prática de tais coisas, o que, do ponto de vista do Evangelho, não têm seu espaço num coração que tenha sido tomado pelo espírito do entendimento da Palavra de Jesus. Na realidade Jesus se referia às “conseqüências” de tais coisas. E mais: o contexto tem a ver com uma conversa Dele com os Seus discípulos, para os quais tais comportamentos obviamente estavam fora de cogitação como prática.

Todavia, as “conseqüências vibratórias” dessas práticas globalizadas — “pois esse dia virá sobre todos os habitantes da terra”, disse Jesus — podem atingir a qualquer um, mesmo que tal pessoa não as pratique. Entretanto, mesmo quem não as pratica, pelo simples fato de habitar a Terra, já as prova como “pulsão” na alma. Sim, passa a conhecer o poder invisível de tais “conseqüências vibratórias”. Assim, se fica sabendo que mesmo quem não se entrega ao torpor de toda sorte de embriaguês, seja a alcoólica, seja a das drogas, seja a dos surtos de grandeza narcisista, seja da embriaguês do poder e da luxúria — ainda assim pode se embriagar por outros torpores também; e os pode experimentar como estranhas pulsões na alma.

Acerca da orgia, não há muitos aplicativos subjetivos para ela, assim como há para a embriaguês; pois orgia, é orgia; e suruba e bacanal, são apenas o que são, sem muitas aplicações subjetivas a serem criadas; exceto aquelas que surgem com aplicativo de natureza de “orgia virtual, bacanal virtual e chat surubentos, etc..., via internet. Já acerca das “preocupações deste mundo”, Jesus diz que elas podem nos engatar na pauta global de aflições e desesperos, os quais são sempre indutores de auto-destruição. Assim, muitas vezes, mesmo sem saber a causa, pode-se ficar fibrilante por tal pulsão global de preocupação; a qual é mais que uma “cultura materialista”. Sendo, de fato, muito mais que isto. Na realidade tudo isto tem a ver com uma acumulação no Inconsciente Coletivo, a qual é usada e devolvida aos homens de modo processado e elaborado pelos Principados e Potestades. Ora, tais realidades invisíveis se manifestam como tesões inexplicáveis, carências insuportáveis, insatisfações sem razão de ser, desejos crescentemente fetichistas; e também como uma ardente vontade de provar, de conhecer, de experimentar, de comer, de ser comido, de se entregar, de se ferrar, de ser literalmente ferrado, de usar e ser usado, etc...— e isto ainda que tais coisas nunca saiam do coração a fim de se factualizarem debaixo do sol.

Todavia, mesmo na subjetividade, elas criam na alma “as conseqüências vibratórias” como fantasia e virtualidade; ou mesmo que seja apenas como um “sentir” — um estado mental, emocional e afetivo ou desafetivo; porém mais que real. Ora, é por essa “presença na alma”, e por tais angustias espalhadas pelas redes visíveis e invisíveis na Terra, que a existência está acontecendo em estado de cío; e a alma se debate em angustias como quem vive no Armagedom da Existencialidade. E, sinceramente, o que vejo — eu que falo de Graça, amor, misericórdia e liberdade — é que está quase todo mundo assim: crentes, incrédulos, cristãos, agnósticos, médicos, psiquiatras, pastores, padres, psicólogos e analistas; assim como todos aqueles que só conhecem prazer como trepada. Sim, estamos vivendo a hora do Cío da Humanidade; e, nesse caso, a vida em Sodoma e Gomorra era muito mais tranqüila.

Ora, tudo isto se exacerba em razão “das preocupações deste mundo”, as quais não são apenas concernentes a comer e beber, mas, sobretudo, ao que se relaciona à sobrevivência da espécie humana na Terra. Sim, a aflição apocalíptica hiperboliza as pulsões dos corações; e substitui amor por tesão apenas; e faz paixão se tornar tão somente fixação; e faz afeto se converter em dependência; e faz amizade ter que ser validada por uma transada; e faz de todo outro do sexo oposto, uma presa a ser devorada. A pulsão da fobia da morte somada à angustia apocalíptica que sopra como vento de ardências de cío global, em razão da ânsia de aproveitar o que resta da existência, está criando a sociedade mais tarada da história.

Em dias do fim, em dias que são os últimos, em dias de amores gelados e perversidades incendiadas pelo inferno, quem sobreviverá sem o “selo do Cordeiro em sua fronte”? Sim, quem passará por esses dias de tribulações crescentes sem que esteja com a mente posta em Deus? Quem, sem o sêlo do Espírito e sem andar no Espírito poderá ficar livre do espírito de morte e dissolução deste tempo? Sim, quem que não esteja com suas emoções guardadas em Deus suportará a Opressão Global que opera como rede do inferno em todo o mundo? Pergunto-afirmando tudo isto porque a “igreja” só tem o sêlo do antigo CGC e a marca da placa na porta. Tal “igreja” já passou para o outro lado e não sabe. Sim, porque a espiritualidade dela não é a do Cordeiro, mas sim a da Grande Babilônia. Infelizmente o espírito dessa potestade apocalíptica tragou a alma da “igreja”. Alguém quer prova disso? Ora, é simples oferecê-la. Afinal, quem pode negar que o salmo destes dias é o seguinte?: O Senhor pertence à minha religião, por isto eu terei todas as coisas. Ele me promete que serei dono de muitas coisas, e me assegura que terei águas cloradas em minhas piscinas de refrigério. Ele me dá ar condicionado para refrigerar meu corpo e assim me provar que, como Seu filho, não tenho que sofrer nem calor. Ele me guia pelos caminhos da vantagem por amor ao meu dízimo e à minha igreja e suas campanhas de prosperidade. Ele me livra de aindar pelo vale da sombra da morte, pois isto não é coisa de um vencedor de Deus, e menos ainda de quem já quebrou as maldições e tem a proteção dos paipóstolos. Sua prosperidade material e Sua promessa de abater meus inimigos me consolam. Ah! Como folgo em saber que Deus é Vingador! Assim, o meu cálice se derrama de fartura para causar inveja aos ímpios. Ele me faz ter a honra de humilhar meus adversários, dizendo-lhes: “Bem-feito!” Certamente que enquanto eu cumprir meus compromissos com a igreja e não faltar a nenhum culto e nem deixar de “pagar” o dízimo, sei que Deus tem a obrigação de me abençoar, e sei que ficarei fora do poder Legal do diabo quanto a oprimir a minha vida e me tirar as riquezas. Afinal, que outra bondade Deus pode fazer ao homem?

O salmo acima é a oração da Babilônia Eclesiástica. E quem a ensinou não foi Jesus, mas o diabo, e conforme o anti-evangelho, que é o espírito do Anti-Cristo. Nós, porém, não conhecemos a Graça de Deus para nos afundarmos na libertinagem do espírito de Cío Global que já vibra e emula quase todas as almas da terra, conforme Jesus disse que seria. Não! Fomos libertos da culpa da Lei e das pulsões de pecado e da promiscuidade que ela, a Lei, incita na alma, NÃO a fim de pendularmos para o pólo oposto, que é a libertinagem; mas para a vida que é boa, equilibrada, solidária, limpa, e saudável. O que não gera isto, é tudo, menos Evangelho! O legalismo pedra a alma! A libertinagem a dissolve! A Graça cria o santo-livre-consciente, e que obedece por amor livre e grato! Assim, quem lê, entenda e escolha! Por isto, continue o santo a santificar-se na Graça que o inclui e o transforma; assim como continue o ser de espírito imundo a atolar-se em sua própria imundície, cercada de auto-engano; e até da libertinagem que tenta evocar a Graça de Deus como álibi para o pecado escolhido como projeto de vida

É duro, mas é verdade!
Nele, com temor e tremor,
Caio