segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

C.S. Lewis e Paulo Brabo diante da Igreja Sistemática

Não é interessante que ambos tiveram noções totalmente opostas diante da sistematização do culto? Lewis abandonou sua solidão, enquanto Brabo assumiu uma bandeira.

C.S. Lewis viu que:

Eu não gostava muito dos seus hinos, os quais eu considerava poemas de quinta categoria com música de sexta categoria. Mas à medida em que eu ia eu vi o grande mérito disso. Eu me vi diante de pessoas diferentes de aparência e educação diferentes, e meu conceito gradualmente começou a se desfazer. Eu percebi que os hinos (os quais eram apenas música de sexta categoria) eram, no entanto, cantados com tamanha devoção e entrega por um velho santo calçando botas de borracha no banco ao lado, e então você percebe que você não está apto sequer para limpar aquelas botas. Isso o liberta de seu conceito solitário.


Interessante notar que muitos pós-modernos são fundamentalistas como Frank Viola… ele pegou a apologética anti-pagã daqueles que ele é contra e elevou ao máximo para demonstrar suas contradições, sem repensar se aquela apologética era correta ou não ele a pré-aceitou pois já era aceito pelos seus opositores. Frank e os demais são um movimento fundamentalista ortodoxo dentro de um fundamentalismo contraditório. No Brasil, onde as tradições teológicas reformadas não semearam tão bem pois o fundamentalismo não é originalmente reformado, há falta de livros, de recursos, há essa construção intuitiva do zero, apenas para se chegar a um ponto já achado séculos antes.

Hoje os cristãos usam nike, tocam bossa nova nos cultos e lêem Nietzsche como o ápice da espiritualidade e depois criticam que os cristãos dos primeiros séculos mesclaram sua cultura com o paganismo, Aristóteles, Platão etc… é a mesma visão de mundo-pecado como mundo-matéria, crítica estética visando retornar ao cristianismo primitivo… ora, antes temos de ver se aquele cristianismo foi mesmo perdido ou apenas se adaptou e deixou de ser primitivesco para amadurecer, para criticá-los é necessário despojar da nossa visão legalista e superficial, a mesma que não queremos que se use com quem lê Nietzsche, toca rock e usa nike nos cultos. Um pouco de fair play.

Religião pode até ter um aspecto humano já que Deus sempre se usou de humanos para sua Providência, mas ver somente isso dá para usar a mesma analogia que o Filipe Garcia usa para ateus: vêem a dança mas não ouvem a música. Assim é o que não vê o esforço de quem nunca faltou a um culto sequer carregando um pesado instrumento apenas para tocar em uma orquestra. O crítico chamará isso de consumo e excesso de formalidade, mas só Deus sonda os corações.

Fonte: charlesweblog.wordpress.com

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